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SALVADOR

Comerciante de Dias D'ávila foi morto por dupla que saiu de prisão

Bandidos dizem que plano inicial era pedir resgate de R$ 50 mil

• 19/08/2011 às 9:21 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:34 - há XX semanas

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Aram Palma dos Santos e Edcarlos dos Santos, ambos de 21 anos, deixaram o Presídio de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, na semana passada, com o benefício da saída temporária de Dia dos Pais. O retorno à unidade - onde cumpriam pena por roubo - estava previsto para ontem, mas antes de voltar os bandidos cometeram mais um crime: o assassinato do comerciante Jorgival Pereira dos Santos, 40, na terça-feira. O comerciante foi sequestrado por cinco homens quando se preparava para fechar as portas da mercearia Ba-Vi, na avenida Imbassaí, no bairro de mesmo nome, em Dias D'Ávila. Horas depois, o corpo de Jorgival foi encontrado no Alto da Bola, no Engenho Velho da Federação, em um Fiesta prata. Ele foi morto com cinco tiros à queima-roupa, depois de começar a gritar no cativeiro. Os dois bandidos foram apresentados ontem pela manhã, na sede da Polícia Civil, na Praça da Piedade, em Salvador, acusados de sequestrar e matar o comerciante. Outros dois homens, um de prenome Hélio - também conhecido como Helinho - e Fábio, apontados por Aram e Edcarlos como os contratantes da execução, estão sendo procurados. Aram foi encontrado na casa da avó, na localidade do Bariri, Engenho Velho de Brotas. Já Edcarlos foi preso na Barroquinha. Segundo a delegada Maria Dail, titular da 6ª Delegacia (Brotas), eles foram presos em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte) e encaminhados de volta ao Presídio de Lauro de Freitas. “Chegamos até a dupla após apreender dois adolescentes de 17 anos que também participariam do crime, vigiando o cativeiro para onde o comerciante foi levado, na rua 11 de Agosto, no Alto da Bola, Engenho Velho da Federação”, explicou a delegada. Com os criminosos, a polícia encontrou dois revólveres calibre 38, um deles usado para matar Jorgival. sequestro De acordo com a delegada, o bando queria extorquir o comerciante. “A quadrilha pretendia receber a quantia de R$ 50 mil que a vítima teria guardada. Há cerca de 20 dias, Jorgival foi levado de casa por quatro homens e retornou algumas horas depois sem fazer qualquer comentário com familiares”, afirmou Maria Dail. A ordem para matar Jorgival, segundo Maria Dail, teria partido de Helinho e Fábio. “Os presos contaram que quando chegaram ao casebre, no Alto da Bola, a vítima teria gritado para chamar a atenção de quem passava pelo local, mas terminou executado por ordem dos que estão foragidos”, completou. A delegada lembra que os bandidos afirmaram que Jorgival tinha envolvimento com o tráfico. “Estamos investigando para descobrir se a vítima tinha alguma dívida e vinha sendo ameaçada por isso”, disse a delegada, que afirmou, porém, que Jorgival não tinha passagem pela polícia. Enquanto a polícia apresentava a dupla, o corpo do comerciante era sepultado no cemitério municipal de Dias D'Ávila. A mãe de Jorgival, a dona de casa Maria Angélica dos Santos, 60, e a mulher dele, a comerciante Rosana dos Santos, 27, foram amparadas. Rosana desmaiou e foi levada a um hospital. Segundo Daniel Pereira, irmão do comerciante, mesmo atingido, Jorgival conseguiu informar aos policiais que o socorreram as características dos criminosos. “Ele ainda passou o número do telefone da família. Os miseráveis levaram todos os documentos e ainda tiraram a vida”, desabafou. Jorgival tinha três filhas. Lei é mal executada, diz especialistaO benefício da saída temporária está previsto na Lei de Execuções Penais e, no Dia dos Pais, foi concedido a 814 presidiários em todo o estado. Mas, para o especialista em Segurança Pública, Carlos Alberto da Costa Gomes, do Observatório da Segurança Pública, a forma como a lei é executada precisa ser revista. “A lei está bem escrita, mas é mal executada. Não temos conhecimento de que haja número suficiente de especialistas na área de psicologia, por exemplo, para fazer o atendimento aos presos e constatar se eles têm ou não condições de ir para a rua”, afirma. “Eles (os presos) deveriam ser reavaliados uma vez por semana para saber se estão evoluindo e têm condições de voltar ao convívio social”, aponta. De acordo com o diretor de Segurança Prisional da Secretaria de Assistência Penitenciária e Ressocialização, Júlio César, as avaliações de presidiários são feitas caso a caso. “Existe uma periodicidade que varia para cada um. A lei prevê uma equipe de saúde para cada 500 presos e temos atendido a essa determinação”, afirma. OUTROS CASOS1 Pituaçu Jair Rosado do Nascimento Oliveira, 25 anos, foi morto durante tentativa de assalto na avenida Pinto de Aguiar, no dia 5 de janeiro. Dos quatro envolvidos, três haviam deixado o presídio beneficiados com a saída temporária para as festas de fim de ano. Hebert Reis Solino e Sérgio Ricardo Bispo deveriam retornar à cadeia no dia do crime. Já Chistian de Jesus Oliveira estava foragido há uma semana. 2 Iguatemi Rita de Cássia Martinez foi assassinada após ter sido sequestrada no estacionamento do shopping Iguatemi por Gilvan Cleucio de Assis, em 7 de agosto de 2009. Ele deixou o presídio beneficiado com saída temporária de Dia dos Pais, mas não retornou. Rita, que era pediatra, deixou uma filha de 1 ano e 8 meses.

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