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Irmão de Lucas Terra fala após condenação: 'Finalmente, final feliz'

Pastores foram condenados a 21 anos de prisão em regina fechado, mas não foram presos ainda porque cabe recurso

Redação iBahia • 28/04/2023 às 15:02 - há XX semanas

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					Irmão de Lucas Terra fala após condenação: 'Finalmente, final feliz'
Foto: Reprodução / TV Bahia

O irmão de Lucas Terra, adolescente queimado vivo em um terreno baldio de Salvador, em 2001, falou pela primeira vez sobre o crime. Na quinta (27), os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, foram condenados.

Carlos Terra já era adulto quando o crime aconteceu. Ele nunca conversou com a imprensa durante todo esses anos, mas nesta sexta (28), em entrevista ao g1, o irmão da vótima falou da felicidade da família após a condenação.

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"O peso, aquela coisa que ficava dentro da gente, aquele embrulho no estômago, saiu. Amanhecemos felizes. A justiça foi feita, somos gratos pela sociedade – não só na Bahia, mas todas as mensagens que minha família recebe. Estamos muito satisfeitos porque a justiça definitivamente foi feita, em relação à morte do meu irmão".

Os réus foram condenados a 21 anos de prisão em regina fechado, mas não foram presos ainda porque cabe recurso. Como responderam por todo o processo em liberdade, Joel e Fernando têm o direito de aguardar os julgamentos dos recursos livres.

Carlos falou também sobre as duas décadas de luto que a família viveu pela morte de Lucas, além do impacto causado pela morte do pai, que morreu em 2019, por uma parada respiratória, após anos lutando pelo julgamento do filho.

“Depois da morte do meu pai, eu me senti na obrigação, por ver que as coisas estavam se encaminhando para que a justiça não fosse feita. Minha mãe ficou em um período de luto pelo meu pai e eu pensei: ‘o que eu vou fazer agora?’. Ela começou lutando e eu olhava minha mãezinha sozinha naquele momento, precisando de uma pessoa para apoiar ela, e eu me senti na obrigação de substituir meu pai, não deixá-la sozinha, até que esse ciclo de impunidade se encerasse".

O crime


				
					Irmão de Lucas Terra fala após condenação: 'Finalmente, final feliz'
Foto: Reprodução/TV Bahia

- O crime aconteceu no dia 21 de março de 2001, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho.

- Na época, o pai da vítima contou que o adolescente teria sido estuprado e morto após ter flagrado os pastores Joel e Fernando tendo relações sexuais.

- Após presenciar a cena, o adolescente teria sido estuprado, colocado dentro de uma caixa de madeira e queimado vivo em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, em Salvador.

Investigações

- O pastor Silvio Galiza foi condenado a 18 anos de prisão em 2004 e cumpriu cerca de sete anos de regime fechado. Em 2012, ele ganhou liberdade condicional.

- Em 2007, Silvio denunciou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva por envolvimento no crime. Ele também informou a motivação do crime, que teria sido o flagrante da relação sexual entre Joel e Fernando.

- Em 2008, o pastor Fernando Aparecido da Silva chegou a ser preso, mas em poucos meses, passou a responder o processo em liberdade.

- Em novembro de 2013, a juíza Gelzi Almeida inocentou Joel e Fernando. A família de Lucas recorreu e, em setembro de 2015, o recurso de apelação foi julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Os desembargadores decidiram, por unanimidade, que os religiosos fossem à júri popular. Foi então a vez da defesa dos ex-bispos recorrerem. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a decisão do TJ-BA.

- Em abril de 2017, o STJ negou recurso especial para os acusados, que pediram a suspensão do júri popular.

- Em 2018, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anulou, por falta de provas, o processo que envolve a participação do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte de Lucas.

- Em novembro de 2020, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que os pastores vão a júri popular.

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