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SALVADOR

Mais de 800 motociclistas foram vítimas do trânsito em Salvador no 1º semestre de 2022

Ao todo, foram registrados 884 acidentes. Das 24 pessoas que perderam a vida, 16 eram motociclistas

Mayra Lopes • 27/07/2022 às 7:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:29 - há XX semanas

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					Mais de 800 motociclistas foram vítimas do trânsito em Salvador no 1º semestre de 2022
Foto: Reprodução / TV Bahia

No primeiro semestre de 2022, mais de 800 motociclistas foram vítimas do trânsito em Salvador. A estatística foi divulgada pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador). Na prática, 16 pessoas morreram conduzindo uma moto e outros 786 motociclistas ficaram feridos. Quando se equaciona as estatísticas com o número de passageiros, o número cresce ainda mais. De janeiro a junho deste ano, o número de mortos chega a 24 e o de feridos para 860 pessoas, totalizando 884 acidentes.

Se compararmos os números com o mesmo período do ano passado (2021), a alta foi 16 vítimas a mais - quando foi contabilizado 875 acidentes, com 23 mortos e 763 feridos. E, nesta perspectiva, as consequências desses acidentes são levadas muitas vezes para o resto da vida.

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José Raimundo Batista, de 53 anos, é exemplo disso. Em 2019, ele se acidentou após uma carreta tentar ultrapassar um terceiro veículo em meio ao trânsito. Em entrevista ao iBahia, ele contou que rompeu dois tendões da perna direita. "Eu estava a 50 km/h quando ele passou na minha frente. A moto deu um giro de 360º, capotou, e fui parar 40 metros a frente da colisão e com o pé preso no aro", explicou ele.

O motorista da carreta não deu socorro a José. Ele foi encaminhado ao Hospital do Subúrbio (HS) por moradores e teve que enfrentar todo o processo de recuperação com 6 pinos anexados na perna. "Eu sou mototaxista regulamentado e fiquei sem trabalhar por muito tempo, um ano mais ou menos. Foi difícil", disse ele.

O mototaxista já retomou às atividades e ainda atua na região do bairro onde vive, em Vista Alegre, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Quando questionado sobre a importância da data (Dia do Motociclista), ele foi direto: "É necessário ter atenção e bastante cautela. Os motoristas precisam lembrar que em cima de uma moto tem uma vida. Por lei, é dever do carro grande respeitar e proteger o pequeno", finalizou.


				
					Mais de 800 motociclistas foram vítimas do trânsito em Salvador no 1º semestre de 2022

Vias mais perigosas

A premissa citada por José é também destacada por Antônio Meira, representante da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), na Bahia. Em entrevista ao iBahia, o especialista contou que a maior preocupação dos órgãos de trânsito em torno dessa categoria está em torno da vulnerabilidade do veículo.

"Para se ter uma ideia, o risco de morte em uma moto é 17 vezes maior do que dos ocupantes de um carro. E o grande crescimento da frota está diretamente relacionado ao número de acidentes", disse.

Ainda segundo o especialista, o despreparo dos condutores é algo relevante. Normalmente, existem 3 fatores comuns e preponderantes dentre os acidentes envolvendo motos, que são:

  • comportamento
  • tráfego
  • vulnerabilidade

"A maior dificuldade dos motociclistas é de serem vistos na via. Eles competem o espaço com outros veículos de vários tamanhos e que deveriam, segundo a lei, protegê-los. A maioria dos sinistros acontece durante o dia, com pista seca, por exemplo, sem adversidades para além do fluxo normal do trânsito", detalha.

Neste contexto, aqui em Salvador, algumas vias acabam sendo pontos de atenção, principalmente em horários de fluxo intenso. De acordo com a Transalvador, as três vias que têm maior incidência de acidentes com motociclistas são:

  • Avenida Afrânio Peixoto, conhecida como Suburbana, principal via do Subúrbio da capital baiana;
  • Avenida Luiz Viana Filho - a Paralela, principal via que liga a cidade de Lauro de Freitas ao centro de Salvador;
  • Avenida Antônio Carlos Magalhães, via que conecta grandes regiões da cidade como o centro e a orla.

As vítimas mais comuns são adultos, jovens, do sexo masculino e idade inferior a 30 anos. "A importância que a gente precisa dar é em cima do uso dos equipamentos de segurança e da fiscalização dos órgãos de trânsito. A principal causa de morte de motociclista, hoje, é a lesão na cabeça e no pescoço. E a melhor forma de evitar essas mortes é com o uso do capacete. Usar o capacete reduz a gravidade e as lesões em até 72%, assim como em 40% a probabilidade de morte daquele motociclista."

Quando se aborda a motivação, o especialista explicou que "as lesões estão relacionadas a muitos fatores, mas a velocidade desconta na liderança."

Infrações mais cometidas

Estar em desvantagem e ser mais ágil provoca o efeito "rebote" quando se analisa o trânsito de Salvador. E o retrato dessa dualidade pode ser vista no número de infrações cometidas pelos motociclistas. Em 2020, segundo a Transalvador, o número de notificações aplicadas chegou a 46.951. Em 2021, a estatística teve uma queda de 1.782 casos, já que foi contabilizado 45.169 infrações.

Uma das justificativas para essa queda nos números foi a pandemia da Covid-19. Mas, neste ano, a tendência é de que os dados apresenteam uma alta. Só no primeiro semestre de 2022, já foram registradas 25.367 infrações – mais da metade do número do ano anterior.

Mas, qual é o tipo de multa mais aplicada? Fácil adivinhar: o famoso excesso de velocidade. Fugir dos veículos maiores e do trânsito intenso são duas das motivações mais comuns para a infração na via nos últimos três anos.

E mesmo com campanhas de conscientização, a estatística permanece no topo do pódio. Transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20% está previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como infração média. A penalidade é de apenas 4 pontos na carteira de motorista e valor a ser pago pelo condutor é de R$130,16.

Muitos acreditam que a impunidade é clara deste cenário. Para seu José, falta "atenção das entidades", e para Antônio Meira, o que falta mesmo é conscientização coletiva.

"O modal de transporte é ágil. Isso a gente não pode deixar de se destacar. Ela é econômica, acessível e se tornou importante na pandemia. Então, a gente precisa que os gestores e a população se conscientizem e dê importância à prevenção. Assim como o acidente é composto de vários fatores, evitá-los segue a mesma premissa", conclui.

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