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Apuração

Representante dos Correios falta audiência sobre assédio moral no MPT

Órgão discutiu assunto com a sociedade nesta segunda-feira (25), em Salvador, após divulgar caso de gestor

Redação iBahia • 25/09/2023 às 17:30 • Atualizada em 25/09/2023 às 17:59 - há XX semanas

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					Representante dos Correios falta audiência sobre assédio moral no MPT
Foto: Divulgação

A denúncia de assédio moral contra um gestor dos Correios e outros casos semelhantes na empresa foram discutidos nesta segunda-feira (25), durante uma audiência pública realizada em Salvador. Estavam presentes funcionários da empresa, entidades sindicais e representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), que mediou a discussão.

Durante o encontro, os trabalhadores acusaram o grupo de omissão com relação aos casos. De acordo com o MPT, apesar de terem acionado os Correios, nenhum representante compareceu na audiência. O iBahia entrou em contato com a empresa, que ficou de se posicionar sobre o assunto, e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.

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A discussão aconteceu no auditório do MPT, localizado no Corredor da Vitória, e foi transmitida online. Segundo o órgão, o objetivo foi chamar a atenção para a falta de respostas da empresa aos apelos para que cessem as práticas ilegais de assédio em todo o país, o que está sendo analisado também em ações civis públicas.

“Esse é um problema que não está acontecendo apenas em nosso estado, e na nossa perspectiva é um problema de gestão em todas as unidades dos Correios. E que caracteriza violação dos direitos humanos. O que mais assusta é que as vítimas estão virando réus e os assediadores estão saindo livremente”, afirmou o procurador Ilan Fonseca.

A fala remete à prática de alguns dos acusados de praticar assédio na empresa, que ingressam com ações judiciais contra as vítimas sempre que são denunciadas, já que se mantêm nas funções. Durante os debates, representantes de entidades sindicais também revelaram outros pontos do problema.

“A empresa tem uma política de cumprimento de metas que visa muitos resultados, gerando assim muita pressão nos colaboradores”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia, Madalena Firmo, ou Leninha, destacou também que “o assédio mata, não está nas estatísticas, na televisão nem nas empresas, porque é silencioso e acontece nos bastidores”. Ela sugeriu ainda que seja feita uma audiência pública no Senado Federal para tratar do tema.

A auditoria-fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego Liane Durão, apontou o papel da instituição na garantia de um ambiente laboral sadio. “Promover um ambiente de trabalho seguro é uma das nossas missões. Quero reforçar que o assédio fere, machuca e mata. Quero parabenizar a todos pela coragem em estar aqui hoje nessa luta para combater o assédio”.

Já o presidente da Associação dos Procuradores dos Correios (Apect), Muriel Leal, destacou que “é de responsabilidade dos gestores das empresas promover política de combate ao assédio. E nós enquanto trabalhadores, temos que fazer uma bola única de força, o apoio é a maior arma naquele momento, e os colegas têm que se apoiar”.

Também presente ao encontro, a vereadora de Salvador Marta Rodrigues afirmou que “para que haja o combate, é necessário que os colegas construam uma rede de apoio e sejam empáticos uns com os outros. Nestes momentos a escuta é muito importante. Não queremos mais viver o período colonialista e escravocratas”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia (Sicotelba), Josué Canto, lembrou que a entidade que representa “tem buscado ferramentas necessárias para combater os assédios, e é por isso que estou aqui hoje, buscando soluções. O assédio é até ruim para a própria empresa porque os trabalhadores deixam de produzir bem.” Ele ainda conclamou todos a lutar: “É o grito do assediado é que vai vencer o assediador, então gritem, não se calem”.

Gestor investigado

O MPT divulgou o caso do gestor investigado na sexta-feira (22). O inquérito investiga práticas agressivas e violentas do homem, que não teve o nome divulgado, contra funcionários subordinados a ele na empresa.

Conforme informações do MPT, uma ação civil foi movida contra os Correios baseada em uma série de provas testemunhais e materiais, que demonstram como o gestor pressionava os empregados.

Entre as violências realizadas pelo gestor, estão a aplicação cargas de trabalho desiguais e muitas vezes excessivas, além da promoção de assédio judicial, com processos internos e boletins de ocorrência com o intuito de intimidar empregados.

A investigação do MPT já foi concluída mas, ainda assim, a empresa se recusou a negociar um ajuste de conduta e não afastou o gestor de suas funções. Entre as exigências do MPT, estão a condenação da empresa ao pagamento de danos morais coletivos.

O órgão informou que encaminhou uma recomendação solicitando da empresa a adoção de providências para preservar o ambiente de trabalho e a saúde mental de diversos empregados que foram afetados pelo assédio organizacional.

Em nota enviada ao iBahia na ocasião, a assessoria dos Correios informou que irão se manifestar em juízo.

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