Não é Ariga Tchan, mas o sucesso da Banda Malafaia conseguiu atravessar o oceano e chegar no Japão. O grupo é um dos fenômenos do pagode baiano nos paredões e nas redes sociais. A banda, que teve o nome retirado do apelido de infância do vocalista Silas Matheus, de 22 anos, foi a convidada do Atitude deste domingo (24), e agitou o programa líder de audiência no horário da Bahia FM.
"Eu comecei a lançar as minhas músicas e não tinha noção da proporão que estava tomando. Nas plataformas digitais a nossa equipe toma conta de tudo e a gente consegue ver os países que estão escutando. Eu não sei o que eles entendem, eles curtem (risos). Esses dias eu estava no Instagram e meu irmãozinho me mostrou dois japonezinhos dançando 'Vai Bunduda', é muito legal".
Ao iBahia, o artista contou um pouco de sua história e sua trajetória na música até decidir criar o grupo.
"Sou nascido e criado no rap, eu tinha uma dupla com meu irmão, Willaim, e cantava rap romântico, era MF e 17, onde a gente reside atualmente, Sete Portas. Só que aqui em Salvador, a galera está mais acostumada com o pagodão e eu falei com meu irmão falei 'pô irmão, é o seguinte, eu vou dar um tempo do rap eu vou apostar um pouco pagode. Se der bom, a gente vai crescer junto. Se não der, eu volto pro rap e a gente continua na guerra tentando', tive que mudar por conta do mercado, mas sigo aqui na batalha e está dando certo".
Para se jogar no pagode, foi necessário levar o diferencial, já que o gênero é um dos que mais revelam novos talentos na Bahia. Questionado sobre qual seria esse Q, para não receber o título de "mais um artista baiano", Malafaia pontuou:
"Eu sou um pouco chato com isso de identidade. Procuro estar sempre pesquisando coisas diferenciadas até de fora mesmo, para não fazer o mesmo som. Seja na forma de produzir, na de cantar e de compor. Sou eu que produzo as minhas músicas do zero, em casa mesmo. Eu eu preparo tudo pra depois passar pra banda, isso desde 2014, quando era só eu, um notebook e um Galaxy Y. Fui aprendendo no YouTube e lançando. É importante para a gente que é da nova geração, os veteranos já estão na pista há mais tempo e máximo respeito, mas a gente precisa trazer esse diferencial".
Pagodeiro nato nos palcos, Silas conta que em seu momento de descanso e lazer o que toca em sua casa é bem diferente do repertório da banda.
"Eu sou mais caseiro, não sou muito de ficar em festas, não gosto de bebida. Acho que puxei a meu pai, gosto de ficar ouvindo um sonzinho. No fim de semana a gente já ouve tanto barulho (risos), que quando eu estou em casa gosto de algo mais calmo, ouço muito KLB, Tim Maia, Raça Negra, isso por influencia dele".
Com foco em discussões sobre empreendedorismo, humor, afro-inovação, gastronomia e música, o #Atitude acontece sempre aos domingos, a partir das 20h, na Bahia FM. O programa também ganha semanalmente uma versão para o YouTube no formato de talk show e com milhares de acessos simultâneos.
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