Dados recentes de um relatório do Banco Mundial, indicam que uma criança brasileira nascida em 2021 vai perder, em média, 46% do potencial total por causa das condições de saúde e educação agravadas pela pandemia de Covid-19. Para tentar minimizar os impactos do isolamento sociais, mães buscaram alternativas para estimular as crianças e mesmo assim percebeu dificuldades no progresso do filho.
A mãe de Miguel, de 3 anos, Maria Clara Vegas explica que durante o isolamento buscou fazer atividades em casa com o filho, mas que ao voltar a andar na rua, o pequeno sentiu dificuldades e medo.
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"Eu buscava estimular ele em casa com brincadeiras, com conversas. A gente cantava muito, dançava muito, então ele conseguiu se desenvolver bem mesmo estando em casa. Mas, ele começou a andar no primeiro dia do confinamento, que a gente começou lá em casa, que foi 16 de março. Então ele ficou sem ir para rua, pra andar, até agosto. E, no primeiro dia que a gente foi na rua, ele tinha medo de andar em terreno irregular, porque ele aprendeu a andar dentro de casa. E foi o que eu percebi como dificuldade para o desenvolvimento dele.", conta.
Ainda segundo o balanço, crianças nascidas em 2019 podem ter uma parda de 40% no desenvolvimento.
Para a psicopedagoga Joela Figueiredo, a família tem um papel fundamental nesse processo. Apesar de grande parte das instituições de ensino terem buscado alternativas para a construção do conhecimento dos pequenos, cada criança precisa ser analisada de forma particular, principalmente em razão desse período pandêmico.
"Eu vi assim, muitas famílias que optaram por trazem um profissional especializado, um profissional de música, para fazer um trabalho dentro de casa com essas crianças. Mesmo os bebês de 1 ano, 1 ano e meio pra ter essa inteação. E também a família estar atenta para ter essa troca, trazer diferentes oportunidades pra que a criança interaja, brinquedos, não só a tela. Porque eu acho que a tela foi muito utilizada nesse período. Então, trazer tambéme essa coisa do "make", do mão na massa, de criar possibilidades para que crinaças se desenvolvam, não só o vocabulário, a expressão oral, como também as questões psicomotoras tão importantes nessa faixa etária.", explica.
Especialistas afirmam que os atrasos no desenvolvimento das crianças também podem ser reduzidos por meio da criação de oportunidades para para elas falarem, possibilitando a expansão do repertório, entre outras alternativas.
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