Seja no carro, em casa, pelo celular ou até mesmo pela internet, o rádio segue sendo uma importante ferramenta de informação, prestação de serviço e de formação de opinião.
A história das rádios comunitárias no Brasil começou em 1987, no início das discussões da Assembleia Nacional Constituinte. Na época, já sabiam a importância da democratização por meio da radiodifusão comunitária, rádios locais e livres, voltadas à comunidade.
Leia também:
Em 1998, foi promulgada a Lei 9.612, que regulamentou o serviço em frequência modulada (FM) e cobertura com até um raio de 1km a partir da antena transmissora.
Nos bairros populares, as rádios comunitárias estão cada vez mais próximas da população. Paulo Afonso Soares, dono da Rádio Comunitária Copacabana, em Cosme de farias, sabe bem disso.
Há 23 anos ele, que também é presidente da Associação dos Profissionais em Comunicação das Rádios Comunitárias (Apracom), uniu a paixão pela notícia e o anseio de ajudar a comunidade e decidiu produzir conteúdo para a famosa rádio de poste.
“Líderes comunitários sempre falam que o bairro de Cosme de Farias era um antes e após a rádio tornou-se outro. O nosso objetivo aqui é fazer um trabalho voltado para o crescimento do bairro, trazendo os benefícios dos poderes públicos para a comunidade”, destacou Paulo Afonso.
Ele complementou: “Um veículo de comunicação é muito importante em uma comunidade, porque nós conseguimos realizar sonhos. É o cantor, o artista da comunidade, que deseja ver seu trabalho, sua música, serem executadas... Nós abrimos as portas para que eles tenham acesso e divulgar seus trabalhos”.
Com caixas de som espalhadas por diversas ruas de Cosme de Farias e bairros adjacentes, a Rádio Copacabana consegue alcançar milhares de pessoas, como o srº Valter Lima Vasconcelos. Ao falar sobre o impacto desse meio de comunicação para a região, ele destaca que os benefícios são diversos.
Esse é o mesmo sentimento do locutor Martim Sena, que fundou, há 24 anos, a Nordeste Comunicações, no bairro do Nordeste de Amaralina. Além do entretenimento direcionado para os moradores da região, o comunicador destaca a importância do serviço da rádio comunitária para o comércio local.
“A nossa economia a gente movimenta por aqui mesmo. Então, é uma história muito bonita porque o nosso comércio é bom, então alguns comerciantes anunciam seus produtos aqui e as pessoas vão e compram, e acreditam que é um produto/serviço muito bom, de qualidade. Isso pra gente é muito gratificante”, disse.
E a Nordeste Comunicações alcançou a jovem empreendedora Ester Novais. Com uma micro-empresa no ramo de micropigmentação de sobrancelhas, ela já divulgou o seu trabalho na rádio comunitária e reconhece a importância ferramenta.
“Desde nova que eu escuto Martim e, quando cheguei aqui no prédio, ele perguntou se eu queria divulgar na rádio comunitária. Eu topei, ele me divulgou e muitas pessoas que não me conheciam vieram para ver o meu trabalho”.
Com um compromisso local e resistindo ao longo dos anos, as rádios comunitárias seguem fazendo e marcando histórias.