Desde o início deste ano mais de 13 mil alunos da Rede Municipal de Ensino de Salvador ficaram sem aulas por causa da violência na capital. O caso mais recente aconteceu no Nordeste de Amaralina, quando um tiro atingiu a cozinha da escola Pedro Nolasco.
O ocorrido resultou na suspensão das aulas na instituição e também na paralisação das atividades na Escola Municipal Santo André, localizada na mesma região.
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Com essas interrupções nas aulas, o desempenho dos alunos pode ser prejudicado não só pelo ensino, mas também pelo fator emocional. É o que explica a pedagoga Adriana Rossetto.
“É uma situação muito difícil para essas pessoas. Elas vivem em uma sociedade sem ir para a escola. Estão fazendo o que, então? Estão na rua? E aí vão se envolver com drogas, vão estar em face dessa vida fora da escola. Porque a escola acaba protegendo esses meninos”, explica.
Esses episódios de insegurança nas escolas também podem causar a evasão de estudantes por falta de uma rotina. Adriana fala sobre algumas ações para evitar o abandono dos estudos.
“Eu acho que a escola tem que ter o suporte de segurança pública, em primeiro lugar, né? Porque eu acho que a escola precisa ser protegida nesse lugar de violência e de problema. Mas a escola já pode trazer de volta esses meninos que saíram e tentar manter o que estão, talvez investindo mais no esporte, pensar uma escola que seja mais viva, com atividades”, finaliza.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que em 2023 transformou a Operação Ronda Escolar da Polícia Militar em Batalhão Ronda Escolar. Segundo a pasta, a mudança ampliou o efetivo e a quantidade de viaturas, possibilitando maior assistência às instituições de ensino. Em relação a ocorrência no complexo do Nordeste de Amaralina, a SSP destacou que as Polícias Militar e Civil trabalham em conjunto para identificar e prender o autor do disparo.