Grande nome do rock nacional, o cantor e compositor Roberto Frejat desembarca em Salvador nesta sexta-feira (18) com a turnê Frejat Ao Vivo. A apresentação promete contemplar todas as facetas da personalidade musical do artista, desde o início no Barão Vermelho até a carreira solo, sem deixar de incluir sua vocação para interpretar clássicos da MPB.
O show que chega a Salvador, no entanto, não é o único projeto do músico. Aos 61 anos, Frejat ainda viaja pelo país com a turnê "Frejat Trio", ao lado do filho, Rafael Frejat, e do guitarrista Maurício Almeida. E não para por aí: o artista planeja engatar uma terceira turnê a partir de outubro, inteiramente dedicada à sonoridade do blues.
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Em entrevista ao Mundo GFM, Frejat deu mais detalhes sobre os projetos, além de ressaltar a importância da volta aos palcos após o período da pandemia de Covid-19 e opinar sobre as novas gerações da música brasileira.
Confira:
Mundo GFM: O show "Frejat Ao Vivo" representa seu retorno aos palcos depois de dois anos longe da estrada. Como é a sensação de estar de volta?
Frejat: Nesse momento me sinto muito feliz de estar de volta aos palcos, depois de todo esse tempo parado em casa. É curioso que esse show voltou com uma força muito grande, não só pelo repertório e por estarmos tocando com muito gás, mas também o público estava com muita saudade. A gente tem tido um retorno das plateias de uma forma muito intensa.
MGFM: No show, você aborda também o seu lado intérprete. Quais são as versões que estarão presentes no repertório?
F: Sempre tenho cantado algumas músicas de outras pessoas. Acho que nesse show, um dos destaques é uma versão de "Me Dê Motivo", de Michael Sullivan e Paulo Massadas, eternizada na voz de Tim Maia, uma música que eu gosto muito. Tem "Exagerado", da qual eu não sou compositor, então acabo sendo também o intérprete dela. Tem mais algumas coisas, mas eu deixo pro pessoal se surpreender um pouco no show. Gosto muito de interpretar canções e achar a minha maneira de fazê-las, é sempre um exercício muito interessante.
MGFM: Além do show com banda completa, você tem viajado pelo país com uma apresentação no formato de trio. O que esse outro show traz de diferente?
F: O show Frejat Trio é uma outra possibilidade. É um show para teatros onde estou com meu filho Rafael e o Maurício Almeida, que é guitarrista da minha banda no Frejat Ao Vivo. A gente trabalhou um repertório grande de canções desses meus 40 anos. É um show muito delicado, muito criativo, no sentido de que buscamos soluções diferentes para várias músicas. Algumas músicas se parecem com a original ou são uma versão acústica da original, mas tem arranjos que a gente foi bem longe, com uma instrumentação bem variada, porque Rafael e Maurício tocam vários instrumentos e eu fico variando entre a guitarra e o violão, toco até mais violão do que guitarra. É um show que me agrada muito, mas é para teatros. Uma hora estaremos em Salvador com esse show.
MGFM: A pandemia de Covid-19 levou os músicos a se reinventarem profissionalmente, em um contexto de ausência de shows com público. Como você se reinventou? Essa experiência trouxe algum aprendizado significativo?
F: Com a pandemia eu fiz um retiro. Percebi que não era o meu barato fazer lives, e que a ausência de trabalho, de shows e do palco estava me levando a um processo de depressão. Então, eu fui para uma casa que tenho na região serrana do Rio e fiquei lá durante esse período. Para mim foi muito importante porque lá eu tinha espaço para dar caminhadas, estar perto da natureza, isso foi muito positivo para minha cabeça. E o aprendizado que eu tive foi que o meu trabalho é muito importante para a minha vida, eu já sabia, mas foi reforçado e agora, a cada vez que subo no palco, eu tenho mais prazer em estar fazendo isso que eu faço.
MGFM: Você afirmou, em entrevista a um jornal, que já prepara um projeto que vai "ressaltar o blues que existe na música brasileira". Pode falar um pouco mais sobre ele?
F: Em 27 de outubro eu vou estrear esse show, que é o "Frejat em Blues". É uma formação um pouco maior do que a minha banda normal, porque deve ter metais e vocais além da formação, e meu filho também vai estar presente, assim como o Maurício Almeida. Devemos rodar o Brasil. Começaremos no Festival de Jazz e Blues que tem na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. É um show que está muito bonito, com um repertório especialíssimo, arranjos muito interessantes, e tenho certeza que o pessoal vai gostar muito. Eu já estou ansioso pra entrar na estrada também com esse show. Serão três espetáculos diferentes, agora é exercitar a memória, né?
MGFM: Será lançado nesta sexta-feira um álbum em homenagem a Cazuza, no qual artistas LGBTQIAPN+ da nova geração vão trazer releituras de sua obra, incluindo canções da época do Barão Vermelho. O que acha desse lançamento e de outros projetos que vêm sendo feitos? Você acompanha essa nova turma da música brasileira?
F: Acho que é importante manter a memória da obra do Cazuza presente, então acho interessante essa renovação de nomes, de outros artistas, de outra geração, estarem fazendo isso. Eu não participei da escolha das pessoas, só aprovei a utilização das canções, como um dos compositores. Desse pessoal eu particularmente conheço o Silva, os outros eu não conhecia. Mas acho que tem uma geração muito talentosa na música brasileira, um cenário muito interessante. Até porque toda geração tem seu talento, eu acho que essa coisa de não ter geração talentosa é papo de gente rancorosa ou recalcada. Eu sempre acredito que toda geração tem talentos, é só prestar atenção.
Serviço
- O quê: Frejat Ao Vivo
- Quando: Sexta (18), às 21h30
- Onde: Pupileira (Av. Joana Angélica, nº 79, Nazaré)
- Quanto: Setor Único/Mesa: R$ 240/cadeira (inteira); R$ 120/cadeira (meia) / Pista: R$ 160 (inteira); R$ 80 (meia) - Vendas no local e pelo Sympla
