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GFM Entrevista

Cigarra e seus voos: Simone celebra 50 anos de carreira

Artista comemora meio século de trajetória musical com show em Salvador

Victoria Dowling • 04/08/2023 às 8:00 • Atualizada em 06/02/2024 às 19:52 - há XX semanas

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					Cigarra e seus voos: Simone celebra 50 anos de carreira
Foto: Divulgação / Lorena Dini

Simone Bittencourt de Oliveira. Semente baiana, soteropolitana, que floresceu e deu vida a uma série de canções como "O Amanhã", "Luar do Sertão", "Iolanda" e como ela mesma avisou: "Tô Voltando". E, de fato, tá. Simone está de volta à Salvador para celebrar o meio século de carreira e canta, nesta sexta-feira (4), na Concha Acústica do TCA.

A 'Cigarra', como é chamada carinhosamente, reverencia a música antes mesmo de estar inserida no meio. E o quê nem todos sabem, é que outra grande paixão de Simone a levou ao caminho musical. Há quem acredite em coincidências, mas nesse caso, já estava tudo escrito e foi por meio do esporte que tudo aconteceu.

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Simone jogava basquete e, mesmo em meio à rotina intensa de treinos e jogos, ela levava o violão da mãe para cima e para baixo. Através de uma das colegas da modalidade, ela conheceu a professora de violão, Elodi Barontini, que a apresentou para Moacir Machado - gerente de marketing da gravadora Odeon, na época - e a música chegou para a artista (e para o Brasil) de uma forma ainda mais especial:

No dia 20 de março de 1973, o mercado fonográfico conheceu o álbum "Simone".

De lá para cá, foram incontáveis shows, obras e parcerias, mas a certeza que fica, dentre tantas que temos quando o assunto é Simone, é que o voo da 'Cigarra' surpreende por tamanha grandiosidade.

Em comemoração aos 50 anos de trajetória musical, a GFM conversou com Simone Bittencourt de Oliveira para saber um pouco mais sobre o marco e também sobre os vários caminhos que a trouxeram até aqui. Confira entrevista com Simone:


				
					Cigarra e seus voos: Simone celebra 50 anos de carreira
Foto: Divulgação / Lorena Dini

Simone lançou, mas é "Da Gente"

GFM: O álbum "Da Gente", lançado no ano passado, traz músicas de compositores nordestinos, incluindo uma baiana, Joana Terra, da cidade de Barra da Estiva. Como surgiu o desejo de reunir a obra desses compositores? Como você conheceu o trabalho de Joana Terra?

Simone: "A ideia de fazer o disco com músicas e compositores nordestinos é uma ideia que vinha desde 2015. O fato de eu ter começado a fazer um trabalho junto com Ivan Lins, atrasou, porque ficamos em turnê. Foi no final de 2015 que surgiu a ideia. Depois a gente começou a fazer o planejamento da turnê e tal, enfim, quando eu e Ivan terminamos os shows, a pandemia começou. Aí foi uma destrambelhação para todo mundo. Mas como tudo na vida tem uma hora certa, o repertório que fazia parte daquele projeto de 2015, não era o que foi feito em 2022. Mudou tudo".

"Apareceram essas pessoas na minha vida, eu vou falar da Joana, porque foi exatamente no primeiro dia que eu estava com Juliano Holanda. Nós fizemos duas ou três reuniões via zoom, porque ninguém se encontrava, e ele e a Mery estavam em cena para mim, né? E Mery falou assim 'espera aí que eu vou chamar uma pessoa que tá aqui em casa para você conhecer', aí ela disse assim 'vem aqui, Joaninha'. A Joana chegou, apresentou e começou a cantar. E é aquela doçura, é um anjo. Eu fiquei apaixonada... Foi assim que eu conheci Joana, através de uma câmera, no Zoom, na casa do Juliano Holanda lá em Recife."

"Depois nos encontramos e foi ótimo ter se encontrado, ter ensaiado, ter cantado juntas... As vozes completamente diferentes, casou. E assim começou esse trabalho!"

Cigarra & Bituca

GFM: Sua última passagem por Salvador foi em setembro de 2022, participando do show de despedida de Milton Nascimento. Sua relação com Bituca é muito antiga. De que maneira ela vem se transformando ao longo dos anos?

Simone: "Bituca é meu amigo. Nós somos, assim, amigos desde 74. Em 76, ele produziu um trabalho meu "Gotas D'Água" e desde que a gente se conheceu, a gente nunca mais se largou. Existe um amor que ele ultrapassa a música. Ele, os mineiros, na época, quando eu comecei, eles me receberam de braços abertos. Eles foram importantíssimo na minha vida. Como eu adoro o pessoal. E o Bituca, quando eu o vi cantar a primeira vez, eu fiquei enlouquecida. Aquela voz, aquela potência, técnica, tudo".

"E no ano passado, eu fui na casa dele, aí ele disse que ia parar de cantar e ele queria que eu cantasse com ele. Eu falei 'cara, eu faço o que você quiser, a hora que você quiser, onde você quiser'. Eu fiquei muito lisonjeada, pelo fato de participar de alguns shows com ele. Mas é uma essa relação nossa ela é firme".

Apesar de já ter se despedido dos palcos, Milton Nascimento volta à Concha Acústica e marca presença no show de Simone em Salvador nesta sexta (4).


				
					Cigarra e seus voos: Simone celebra 50 anos de carreira
Foto: Augusto Nasicmento

De volta, em meios as voltas da vida, ao novo normal e também à Salvador

GFM: O show "Tô Voltando" representa sua volta aos palcos após a pandemia, mas também tem outros significados. Quais são eles?

Simone: "A pandemia que foi muito foi ruim pelo fato de ser uma pandemia e foi ruim no Brasil, porque a gente não tinha uma perspectiva de vacina, né? E tudo tudo isso está implícito no 'Tô Voltando'. São as minhas voltas. É a volta, a gente ver uma luz no fim do túnel, é uma viagem pela minha carreira. É o respeito à essa música que sempre foi uma música de amor, uma música romântica, você volta para. O artista sempre tá voltando, a gente sempre tá voltando para algum lugar, para alguém, para alguma coisa... E tudo isso foi, juntou com show, a comemoração dos 50 anos. Eu tô voltando pra tudo isso".

GFM: Para você, o que significa cantar em Salvador, sua terra natal?

Simone: "É uma maravilha, né?! Tá aí no umbigo, onde eu nasci, das vezes que eu vou para aí mesmo não trabalhando e é muito bom. Eu gosto. Eu gosto muito de sair do aeroporto e para o lado direito, sabe? Eu gosto de ir lá para Guarajuba. Eu adoro as praias daí, voltar, ver a casa, os lugares que eu frequentava quando eu era criança... Eu tenho família aí, meus irmãos e minhas primas, meus amigos. É muito bom estar aí, é muito bom, eu me sinto totalmente em casa"

50 anos desde a chegada de "Simone" (o álbum)

GFM: Como você avalia sua trajetória, após 50 anos de carreira?

Simone: "Difícil a gente falar da gente mesmo, né? Mas eu sou uma pessoa vencedora. A vida me proporcionou e me proporciona muitas coisas bonitas. Eu gosto do trabalho que eu faço, acho que o fato de você trabalhar com o que você gosta já é um 'plus'. A música, para mim, é a arte mais completa e perfeita. Ela está em tudo, em todas as artes, ela participa de todas as artes. Além do mais, eu acho que é uma comunicação muito direta com o divino, com uma força maior, com Deus, o que quer que a gente chame, né?! Cada pessoa tem o seu."

"Então é uma comunicação muito forte e é um trabalho que você sempre tá recebendo uma coisa linda lá de cima e passando. Você é um instrumento. Eu fico muito feliz com a minha trajetória, muito feliz, eu trabalho duro e não é uma coisa que... Eu não me acho merecedora do que eu tenho. É tudo feito com muito amor e isso é muito bom".

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