Clara Nunes foi uma das maiores cantoras do Brasil e quando morreu, no dia 2 de abril de 1983, aos 41 anos de idade, deixou uma tristeza imensa e um sentimento profundo de perda, por tanto que ainda podia oferecer. Foi o mesmo sentimento quando o mundo perdeu artistas como Elis Regina, Leila Diniz, Janis Joplin, Cássia Eller, Amy Winehouse, que também partiram ainda tão novas, cheias de talento e com muito a percorrer nos caminhos da arte.
Ela foi uma verdadeira força da natureza. Dona de um canto forte que invocava a fé e a exaltação a deuses, interpretou canções que viraram clássicos do samba, como “Canto das Três Raças”, “Portela na Avenida”, “O Mar Serenou”, “Ê Baiana”, “Morena de Angola”, “Ijexá”, “Nação”, e muitas outras. Sua presença no palco, a dimensionava, projetando a imagem de uma mulher poderosa e carismática, na mesma proporção da sua voz e da sua forma de cantar.
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Clara, mineira de Paraopeba, era uma mulher talentosa, forte, de uma beleza marcante e vaidosa, características de uma típica leonina, nascida em 12 de agosto de 1942. Em 5 de março de 1983 se submeteu na Clínica São Vicente, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, a uma cirurgia para a retirada de varizes. Com uma grave rejeição à anestesia, ela ficou em coma por 28 dias e faleceu no dia 2 de abril.
Nesse dia, o samba tocado em qualquer ponto do país tinha um quê de tristeza. Mas, os céus, em festa, receberam “a guerreira” Clara, com sua fé e seu canto que encantou todas as raças, tribos e amantes da boa música.