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Rainha do Rock

Conheça as histórias por trás de dez canções de Rita Lee

Em sua autobiografia, publicada em 2016, artista falou sobre episódios e situações que deram origem a grandes hits

Julli Rodrigues • 09/05/2023 às 14:34 • Atualizada em 03/08/2023 às 18:29 - há XX semanas

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					Conheça as histórias por trás de dez canções de Rita Lee
Luiz Garrido / Reprodução

A rainha do rock brasileiro, Rita Lee, faleceu na segunda-feira (8) e deixou canções icônicas, muitas delas acompanhadas de grandes histórias. O Mundo GFM separou trechos da autobiografia da artista, lançada em 2016, em que ela relembra episódios que deram origem a alguns dos seus maiores hits.

Confira:

Coisas da Vida

Leia mais:

Música presente no álbum Entradas & Bandeiras, de 1976.

"A faixa de mais sucesso nas rádios foi 'Coisas da Vida', que fiz viajando de ácido e o santo baixou no piano, tipo 'shut up and play', passando batido pelo meu ego, a única composição que compus inteira no teclado, letra e música, em cinco minutos, outra que deu orgulho ter psicografado". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 148

Doce Vampiro

Faixa lançada no álbum Rita Lee, em 1979, mas composta cerca de dois anos antes. À época, Rita estava em prisão domiciliar, à qual foi condenada em novembro de 1976, sob a acusação de porte de drogas. Grávida de três meses do primeiro filho, Beto Lee, a artista vivia o início da relação com Roberto de Carvalho.

"Roberto continuava morando no Rio e semanalmente vinha a São Paulo de ônibus, se hospedando no casarão-prisão. A família toda apaixonada por ele, e eu mais ainda. Uma noite, enquanto aguardava sua chegada, compus 'Doce Vampiro' de uma só tacada com o violão apoiado no barrigão, imaginando Rob Drácula entrando pela janela do meu quarto e me dando uma bela chupada na nuca". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 159

Arrombou a Festa

Faixa lançada em compacto no ano de 1976, após a soltura da prisão. Na letra, Rita Lee homenageia e alfineta diversos nomes da MPB da época. A faixa ganhou uma segunda versão em 1979.

"Eu devia um trabalho bacana para a Som Livre depois de tudo o que João Araújo [diretor da gravadora] fez por mim. Num encontro mágico com meu querido Paulo Coelho, surgiu a ideia de um compacto-bomba com uma música para escandalizar de vez os bons costumes da MPB. Entre gargalhadas, compusemos 'Arrombou a festa', inspirada na 'Festa de arromba', hit jovenguardiano. Lembro que parafraseamos várias pérolas que Raul [Seixas] comentava na intimidade sobre artistas brasileiros. Tirando Elis, não poupamos ninguém". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 159-160

Miss Brasil 2000

Faixa do álbum Babilônia, de 1978.

"(...) 'Miss Brasil 2000', um rock-cheguei, descrevendo como eu imaginava a primeira Miss Brasil do século XXI, acreditando que o país então já estaria em plena era The Jetsons. No começo da faixa, convidei Milton Gomes [sic], o apresentador oficial dos concursos de Miss Brasil, para gravar o anúncio da 'vencedora'". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 168

Mania de Você

Faixa do álbum Rita Lee, de 1979, que consolida a parceria musical-afetiva entre Rita e Roberto de Carvalho.

"(...) minha música favorita, 'Mania de você', composta em cinco minutos com o inspiradíssimo script de uma recém-trepada perfeita. Sem pudores, o casal se mostrava de corpo e alma, oferecendo a trilha sonora da sexualidade elegante para motel cinco estrelas nenhum botar defeito". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 171

Baila Comigo

Faixa do álbum Rita Lee, de 1980.

"Quando ainda estava grávida do Juca [João Lee, segundo filho], um dia sonhei que cantava uma música desconhecida, mas muito familiar, aquelas surrealidades que acontecem em sonhos e que a gente lá na hora acha supernormal. Levantei, encaixei o violão na barriga e, em cinco minutos, "Baila Comigo" estava feita. Meu ego não interferiu em nada, o santo fez tudo sozinho, aliás, um santo pioneiro ambientalista quando ainda nem existia a moda de artistas defenderem a natureza". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 177

Banho de Espuma

Faixa do álbum Saúde, de 1981.

"'Banho de espuma' chamava-se 'Afrodite', mas a 'Solanja' [Solange Hernandes, uma das mais temidas censoras da ditadura militar] implicou com o nome e com as expressões 'bolinando' e 'em qualquer posição'. Mudei o título, troquei bolinando por 'esfregando' e em qualquer posição por 'com toda disposição'. Mandei de volta e passou. Dãã. Essa música, aliás, foi baseada numa cena autobiográfica do casal na banheira do quarto de Oscar Wilde". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 186-187

Cor-de-rosa choque

Faixa do álbum Flagra, de 1982.

"Compusemos 'Cor-de-rosa choque' por encomenda. A Globo ia estrear um programa diário, o TV Mulher, com o trio Marília Gabriela, Clodovil e Marta Suplicy comandando a mesa, só faltava a música de abertura, algo que expressasse o universo feminino com conhecimento de causa, o definitivo hino das fêmeas planetárias com sotaque brazuquês. Sendo assim, usei e abusei de palavras-chaves (...) culminando com o refrão-ameaça 'Não provoque, é cor-de-rosa choque'. Claro que a censura implicou com 'mulher é bicho esquisito, todo mês sangra'". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 193

Vírus do amor

Faixa do álbum Rita e Roberto, de 1985.

"'Vírus do amor', uma parceria das mais felizes do casal, levada swingadona e potente, bem-arranjada e executada à perfeição. A letra se localiza em algum ponto cinzento de São Paulo e fala sobre a sorrateira aids camuflada de amor". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 205

Bwana

Faixa do álbum Flerte Fatal, de 1987.

"'Bwana', uma baladona generosa e simpática, a letra mais uma declaração para Rob ali representando o personagem de gibi Fantasma, e eu no papel de Narda, sua namorada submissa". Rita Lee - "Uma Autobiografia" - p. 212

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