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'O samba me traz afeto e conforto', diz Roberta Sá sobre novo show

Em entrevista ao Mundo GFM, artista, que se apresenta em Salvador neste sábado (16), também falou sobre maternidade e a cena musical brasileira

Julli Rodrigues • 15/09/2023 às 9:18 • Atualizada em 15/09/2023 às 9:57 - há XX semanas

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					'O samba me traz afeto e conforto', diz Roberta Sá sobre novo show
Divulgação

Com o show "Sambasá", que desembarca em Salvador neste sábado (16), a cantora Roberta Sá propõe um verdadeiro mergulho no samba, com destaque para a obra de mulheres sambistas. A turnê da apresentação, que deu origem a um álbum ao vivo, gravado no Circo Voador, no Rio de Janeiro, também marca um momento singular da carreira da artista potiguar de 42 anos: no último mês de dezembro, ela deu à luz Lina, sua primeira filha.

Em entrevista ao Mundo GFM, Roberta Sá contou mais detalhes sobre o novo show, refletiu sobre as dores e delícias da maternidade e considerou que a participação no talent show "Fama", da Rede Globo, em 2002, foi determinante para a sua carreira: "Entendi que a exposição excessiva não era um caminho que eu queria seguir". Ela ainda teceu elogios à nova geração da música brasileira, que disse acompanhar e "aplaudir de pé".

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Mundo GFM: Conte um pouco mais sobre o conceito do show "Sambasá". Como surgiu o desejo de mergulhar mais profundamente no universo do samba?

Roberta Sá: O Sambasá nasceu no finalzinho da pandemia, logo quando a gente começou a abrir pra sair um pouco, então eu senti muito essa necessidade do encontro com o público, da catarse, do afeto, e o samba é um lugar que me traz muito afeto e muito conforto. Então, a primeira coisa que eu fiz logo após a pandemia foi fazer a roda do Sambasá, que eram dois sets onde eu cantava os meus sambas favoritos de todos os tempos, junto com as músicas do meu repertório mais cantadas pelo meu público. Somado a isso, ainda quis homenagear as referências femininas que me formaram, como cantora, como pessoa, artista de palco. É o caso de Beth Carvalho, Alcione, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara... Juntando isso tudo nasceu o repertório do Sambasá, que virou um show que gravei ao vivo no Circo Voador, no Rio de Janeiro, e gravei também algumas músicas inéditas em estúdio e duas parcerias com Péricles e Zeca Pagodinho.

Quero trazer a mulher não só como musa, mas também como protagonista da sua própria história. Roberta Sá

MGFM: Uma das marcas do repertório é a forte presença de canções escritas por mulheres. Como foi o processo de seleção dessas músicas?

RS: Eu sinto um desejo muito grande de mudar a perspectiva feminina dentro dos ambientes. Quero trazer a mulher não só como musa, mas também como protagonista da sua própria história. E todas as mulheres que eu citei são protagonistas de suas próprias histórias, como diria Adriana Calcanhotto, são madrinhas da sua própria bateria. Então eu quis trazer essas mulheres, essa força feminina, para que fique claro que a mulher merece e pode ocupar todos os espaços.


				
					'O samba me traz afeto e conforto', diz Roberta Sá sobre novo show
Divulgação

MGFM: O registro audiovisual do show Sambasá foi feito durante a sua primeira gravidez. Como tem sido esse processo de estar no palco após se tornar mãe? O que mudou na sua rotina?

RS: Tem sido um processo às vezes muito saboroso, fácil, delicioso, e às vezes muito difícil, desgastante e desafiador. Porque a maternidade traz esses desafios, as prioridades mudam, eu me sinto mais cansada e mais preocupada com minha filha. Tenho a preocupação de ver se ela está bem, alimentada, confortável, feliz... E isso tudo pode ser muito em uma rotina maçante de shows, de estrada, de avião. Então é um equilíbrio, uma tentativa, uma busca por um equilíbrio em muitas áreas da vida. Meu corpo tem que estar funcionando bem, então eu tenho que comer bem, fazer exercício para atender às necessidades dela, mas também para estar forte e atender ao meu público, porque o público paga o ingresso, ele merece uma cantora inteira. Então, são muitos desafios, mas até agora tem dado tudo certo. Estou em uma constante evolução e busca por melhorar, principalmente para a minha filha e a qualidade de vida dela.

MGFM: Você foi uma das artistas reveladas pelo programa "Fama", no início dos anos 2000. Como você avalia o impacto que essa experiência teve na sua carreira, mais de 20 anos depois?

RS: O "Fama" teve um impacto muito positivo, porque acho que se não fosse o "Fama" eu não iria ser cantora. Eu estava fazendo faculdade de Jornalismo e ali eu entendi muito bem que caminho eu queria, que caminho eu não queria. Entendi que a exposição excessiva não era um caminho que eu queria seguir, que eu não gostava de ter gente na porta da minha casa, que aquilo me assustava mais do que me atraía. Então, essa carreira que eu construí ao longo desses anos, com essa base de fãs que são loucos por música, não só pela artista, tem uma troca muito profunda musical, artística, e eu adoro isso nos meus fãs. A nossa troca é sobre música, e é claro que eles me querem bem, querem saber se eu estou feliz, mas o interesse pela minha vida pessoal é menor e isso me agrada muito. Acho que o Fama me deu essa baliza.


				
					'O samba me traz afeto e conforto', diz Roberta Sá sobre novo show
Divulgação

MGFM: Você já gravou um álbum em homenagem ao compositor baiano Roque Ferreira e já se apresentou na Bahia diversas vezes. Como é a sua relação com o estado? Qual a sensação de estar de volta?

RS: A Bahia é uma escola de música. Desde o Recôncavo até Salvador, de João Gilberto a Roque Ferreira, de Capinam a Cézar Mendes, de Gilberto Gil a Gal Costa, a Maria Bethânia, a Luedji Luna, Illy, Mariene de Castro, é uma escola de talentos. O Olodum, Timbalada, Psirico... a Bahia é fundamental para o artista brasileiro. A gente bebe nessa fonte, eu tento beber sempre com muito respeito e fiz esse disco que eu fiz em homenagem ao Roque porque ele é um grande compositor que eu sou fã, e adoro gravar e cantar as músicas dele.

Tenho uma relação de muita reverência e afeto com a Bahia, e fico muito feliz de ter o público baiano, porque ele conhece música, gosta de música, que tem o melhor da música no quintal de casa. Então, quando o baiano sai de casa pra me ver cantar no show, me sinto muito lisonjeada. Roberta Sá

MGFM: O show aqui em Salvador vai ter alguma "surpresa" especial?

RS: Vai ter muito calor, aquele público cantando tudo em pé. É um show de 1h30min, um show longo, e os relatos do público são sempre de que passa muito rápido, porque é um show que o público canta e dança junto, e isso é muito gostoso. Então, podem esperar muita energia.

MGFM: Você tem acompanhado os artistas da nova cena da música brasileira? Como você avalia as mudanças da indústria e do cenário musical desde o início da sua carreira?

RS: Eu tenho acompanhado algumas mudanças no cenário musical brasileiro. Acompanho com muito entusiasmo o surgimento de muitos artistas brilhantes, acho que a gente vive um momento de muita diversidade na música, acho isso muito importante. O Brasil é um país muito diverso, e ver isso representado na música, nos diversos estilos, e chegando nas paradas de sucesso, acho isso tudo muito bonito de ver. Assisto e aplaudo os artistas que chegam.

Adoro Rachel Reis, acho maravilhosa. Marina Sena, que é um estouro... Muitas e muitos artistas importantes pro Brasil nesse momento. Acompanho com muito entusiasmo e aplaudo de pé. Roberta Sá

Serviço

  • O quê: Roberta Sá - "Sambasá"
  • Quando: Sábado (16), às 21h30
  • Onde: Pupileira - Av. Joana Angélica, nº 79. Nazaré
  • Quanto: Ingressos a partir de R$ 70 - à venda no Sympla e no local

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