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Homenagem

Seis anos sem Belchior, o sonhador latino-americano

Cearense deixou obra repleta de grandes músicas e biografia de personagem forte e controverso

Paulo Cézar Gomes • 30/04/2023 às 11:59 • Atualizada em 30/04/2023 às 19:29 - há XX semanas

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					Seis anos sem Belchior, o sonhador latino-americano
Foto: Reprodução

Há seis anos, no dia 30 de abril de 2017, o Brasil perdia um dos seus maiores cantores e compositores, o cearense Belchior. Ele gostava de brincar acrescentando os sobrenomes dos pais ‘Fagundes’ e ‘Fontenelle’ ao seu, para compor um nome longo e pomposo: Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fagundes, para em seguida vir com a piada: “Sem dúvida, sou um dos maiores nomes da música brasileira”. Mas não precisava de um extenso nome para ser considerado como um gigante da nossa música: ele o é pelo tamanho do seu talento e da sua obra.

Considerado um dos maiores poetas e pensadores da nossa música, Belchior brindou o Brasil desde o início da carreira com canções emblemáticas e revolucionárias, seja pela estética, pela essência poética e contestadora de seus temas, ou pela interpretação, com voz grave e tom único, fora dos chamados padrões dos grandes intérpretes.

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Quando resolveu mudar radicalmente os rumos da sua vida, deixando a experiência acadêmica, que o encaminhava para uma futura formação em medicina, e a vida religiosa, que chegou a experimentar em caminhos franciscanos, seguiu para o Rio de Janeiro, como também fizeram seus amigos Ednardo, Fausto Nilo, Fagner e Amelinha, adiante denominados de “Pessoal do Ceará”.

Mas “havia uma Elis no seu caminho” e aí tudo se descortinou. Sempre antenada e buscando coisas e gente nova para incorporar ao seu repertório frescor, energia e beleza, Elis Regina viu potencial nas músicas “Velha roupa colorida” e principalmente em “Como nossos pais”. As duas canções foram incluídas no roteiro do show "Falso Brilhante", em 1975, e se revelaram verdadeiros vulcões que causaram grande impacto naquele Brasil dos anos 70.

As gravações das músicas por Elis no álbum homônimo do show mudaram a vida do garoto cearense, de alma latino-americana e que sonhava como John Lennon e Bob Dylan. Sua carreira como cantor deslanchou e ele virou mais do que um grande compositor e intérprete. Belchior passou a ser um personagem que despertava na crítica e principalmente no público, um grande interesse e curiosidade.

Sua obra foi preenchida, aos poucos, com grandes criações: “A palo seco”, “Comentário a respeito de John”, “Coração Selvagem”, “Galos, noites e quintais”, “Divina comédia humana”, “Paralelas”, “Medo de Avião”, “Apenas um Rapaz Latino-americano” e outras. Todas foram sucessos no rádio e tiveram clipes na TV, mas principalmente, tocaram fundo na alma e na cabeça das pessoas. Assim sempre quis o Velho Bel, que depois seguiu o seu caminho, pois decidiu sobre a sua vida.

Em meados dos anos 2000, Belchior abandonou a carreira, a família e todos os compromissos, partindo em um autoexílio voluntário. Os últimos anos da vida do artista foram baseados em enredos perigosos, cheios de mistérios, fugas e aventuras, exatamente como desenhou em suas canções, teorias, poemas e sonhos. Ele seguiu afastado do show business até sua morte, aos 70 anos. Acima de todas as controvérsias, no entanto, o legado de Belchior permanece.

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