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Baiana transforma história de dor em dedicação para servir à sociedade; conheça a trajetória de Noêmia Paixão

Estudante de psicologia e pedagogia foi a convidada do programa Atitude do último domingo (25)

Redação iBahia • 03/10/2022 às 9:35 - há XX semanas

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					Baiana transforma história de dor em dedicação para servir à sociedade; conheça a trajetória de Noêmia Paixão
Foto: Bahia FM

Desistir poderia ser uma opção para Noêmia Paixão, de 52 anos. Desacreditada desde a sua infância de um futuro "brilhante" devido à um raro diagnóstico cardíaco, a estudante de Psicologia e Pedagogia por pouco não fez da palavra "desistir" um triste lema de vida.

Diagnosticada com bradiarritmia, ou como a própria Paixão fala, "batidas lentas nas temporais", quando o coração não consegue bombear o sangue rico em oxigênio para o corpo, a veterana precisou dar a volta por cima sozinha e lutar contra as adversidades para conseguir realizar seu maior sonho, o de servir.

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"Quando eu nasci os médicos disseram que eu ia ter algum tipo de problema, alguma deficiência e o diagnóstico da época era batidas lentas nas temporais. Só que trazendo para o que é hoje, eu tinha uma inteligência acima da média, tanto que eu aprendi ler sozinha aos 4 anos e disseram que eu não ia sobreviver. Por conta disso, tomei remédio controlado até seis anos, mas não tive nenhuma sequela."

Convidada do programa Atitude, da Bahia FM no último domingo (25), no quadro 'Veio da Periferia', Paixão relatou em entrevista ao iBahia ter sobrevivido a outros problemas sociais para finalmente conseguir dar a volta por cima, e foi na educação.

"Eu tive umas questões que eu poderia ter me limitado. Sofri alguns abusos na infância, meu pai me batia muito. Eu poderia não ter vivido tudo que eu vivi, mas eu fiz dessa história uma ressignificação. Então, a partir do momento que eu tinha aquele sofrimento em casa, quando criança eu procurei ler. Foram duas superações, a da violência doméstica e a do diagnóstico que me deram lá no início da minha vida."

As adversidades da vida tentaram derrubar Paixão e chegaram até a atrasar a entrada da baiana na faculdade, mas a persistência foi essencial para que a estudante de Psicologia e Pedagogia seguisse com seu sonho.

"Eu consegui entrar na Uninassau e agora já vou me formar então eu trazendo hoje para o meu curso até pra minha profissão. Eu digo que foi uma grande superação no que tange a limitação intelectual e o que o médico disse para minha mãe na época. Sou um exemplo em relação a você superar limitações emocionais e limitações sociais. Me pego assim pensando, no tanto que é a falta de políticas públicas".

Atualmente, Paixão converte toda sua dedicação na faculdade para serviços em prol da sociedade.

"Eu eduquei meu filho com uma frase "Quem não vive para servir, não serve para viver". Esse é um lema de vida que quando você para para analisar não é que você abre mão da sua vida em si em prol do outro, mas ser feliz é causar no outro aquilo que você gostaria de ser de ter. A vida não me tratou muito bem, mas eu reverti eu não me tornei uma pessoa violenta. Eu ressignifiquei".

Entre os trabalhos feitos por Paixão estão um curso de primeiros socorros para escolas municipais e de Salvador. "A gente faz essa educação nas escolas, ensinando o mínimo dos primeiros socorros para ajudar a salvar uma vida. Também atuo em comunidades, ensinando pessoas idosas, até quem mora sozinho também pode fazer esse curso e conseguir se salvar. Ensino coisas simples com linguagem simples para pessoas simples".

Outro serviço prestado por Paixão é o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica, através de serviços de beleza, levando para elas um pouco da autoestima com o trabalho de cabelereiro e manicure. "Sou professora de manicure, faço pedagogia, psicologia focada na psicopedagogia e psicanálise e trabalho como bombeira".

Questionada pelo iBahia se ela pensa em parar de estudar em algum momento, a resposta é negativa. A educação e o serviço à população é a forma que Paixão encontra para continuar se reinventando e encontrando fé na humanidade.

"Eu não tive isso na minha infância, né? Então é bom ser útil. Talvez se eu tivesse uma pessoa como eu na época que eu era criança, eu não teria passado por tudo isso. Mas hoje eu entendo meu papel na sociedade e sou apaixonada pelo que faço, então não penso em parar. Apenas me aprimorar, ter minha especialização infantil e quem sabe conseguir um trabalho na faculdade que estudo agora, a Uninassau".

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