Bahia inicia projeto nacional de produção associada ao turismo

Fantour Produção Associada ao Turismo - Mata de São João (Ba)

Mata de São João, a 80 quilômetros de Salvador, no Litoral Norte do estado, é o primeiro município brasileiro a desenvolver o projeto Integração da Produção Associada ao Turismo, pelas atividades que realiza através do turismo com a produção local, como Mulheres da Mata, Mão no Tacho, Coco Espumante e Forte Garcia d’Ávila. O município é um dos 12 do país selecionados pelo estudo, que recebeu na semana passada empresários e o trade baiano para a estreia de novo roteiro. O projeto é uma parceria de cooperação técnica firmada entre o Ministério do Turismo, o Sebrae e a Embratur. O grupo, formado por representantes do Ministério do Turismo, Secretaria Estadual do Turismo, Bahiatursa, Sebrae, Prefeitura de Mata de São João, Fundação Garcia d’Ávila, Sindicato dos Guias de Turismo, Sindetur, empresários locais, operadores e agentes de viagem baianos, conferiu de perto o novo roteiro. A primeira visita foi à Vila de Diogo, perto de Praia do Forte, onde vivem as ‘mulheres da mata’, trançadeiras da palha da piaçava, que herdaram das índias tupinambás a arte de produzir cestas, bolsas, abanos, esteiras e outros utensílios. Uma tradição de centenas de anos que ainda é base do sustento de muitas famílias. Por lá, o turista poderá acompanhar a colheita da piaçaba na mata, o processo de tingimento da fibra e o trançado, em três horas e meia. Dona Laurita, 71 anos, oito filhos e nove netos, é uma das artesãs mais velhas do grupo. “Desde os 12 anos que faço trança. Gosto muito do trabalho e chego a ganhar R$ 200 por semana. Mas tem gente aqui que produz bem mais e ganha até R$ 1 mil em um mês”. O empresário Alberto Dias, o Beto, diretor da Bahia Adventure e vice-presidente da Turisforte, é um dos incentivadores do trabalho das mulheres. Foi ele quem desenvolveu o roteiro Mulheres da Mata. “O artesanato de palha é um saber que nos liga à cultura dos primeiros habitantes desse litoral. Precisamos levar essa riqueza até os empresários, para que essas mulheres sejam integradas ao turismo e tratadas com o respeito que merecem”. O segundo passo do roteiro, chamado Coco Espumante, acontece no restaurante Terreiro Bahia, em Praia do Forte. Ali, o turista conhece e saboreia uma delícia exclusiva: a moqueca vegetariana, criada pela chef Tereza Paim, à base de produtos orgânicos vindos do sítio do japonês Tomohide, de Mata de São João. Na próxima parada é a vez do Mão no Tacho, quando o turista conhece uma legítima casa de farinha no belo centro comercial de Praia do Forte. Sete comunidades da região se revezam, toda semana, preparando, na hora, beijus de vários sabores. Também estão à venda farinha, doces, mel e outros produtos de comunidades locais. A última etapa é a visita ao Forte Garcia d’Ávila, quando o visitante conhece um pouco da história do Brasil. O cicerone é Gutemberg, um nativo que herdou do pai a profissão de guia. Em traje português da época, ele conta a história de Garcia d’Ávila, do castelo medieval, suas lendas e curiosidades. Nessa parada também é servido um café regional, com beijus, doces e biscoitos da região. As informações são da Bahiatursa