Neste domingo (6), o ofício dos vaqueiros será reconhecido como patrimônio imaterial e será inscrito no “Livro de Registro Especial dos Saberes e Modo de Fazer” da Bahia. Assim, a Bahia será o primeiro estado brasileiro a reconhecer um ofício cultural. Somente a esfera federal, através do Ministério da Cultura, havia registrado ofícios como Bens a serem protegidos pelo poder público até então, a exemplo do Ofício das Baianas de Acarajé no ano de 2004. A cerimônia será realizada em Feira de Santana. O evento, que integra a programação da "Celebração das Culturas dos Sertões" realizada pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), vai começar às 9h do domingo (06), quando acontece desfile de 400 vaqueiros pelas ruas desta cidade, e vai ser encerrado no Centro de Cultura Amélia Amorim, com a exposição ‘Imagens dos Vaqueiros da Bahia’ e a assinatura no “Livro de Registro Especial dos Saberes e Modo de Fazer” do Secretário de Cultura, Albino Rubim, representando o governador Jaques Wagner. Autoridades das esferas municipais, estaduais e federais confirmaram presença na cerimônia. “O Ofício dos Vaqueiros traduz um modo de ser e de viver existente por 400 anos como uma das características culturais das mais emblemáticas do Sertão baiano”, afirma Frederico Mendonça, diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC). De acordo com pesquisas do assessor do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Ccpi) da Secult, Washigton Queiroz, mostram que na Bahia, já em 1550, a família do colonizador português Garcia D’Ávila expedia vaqueiros para colonizar e ocupar terras internas do Brasil.
Para que haja este reconhecimento pelo Estado, o bem cultural tem que ser representativo para a Bahia. Ao se tornar protegida pelos poderes públicos, uma manifestação cultural tem prioridade nas linhas de financiamento sejam elas municipais, estaduais, federais e até internacionais. Pesquisas foram realizadas por uma equipe multidisciplinar do IPAC, formada por antropólogos, sociólogos, historiadores e fotógrafos, a qual elaborou um dossiê que explica a importância histórico-cultural do Ofício dos Vaqueiros. De acordo com Mendonça, em cinco anos, foi possível pesquisar, criar dossiês e registrar a Festa de Santa Bárbara e o Desfile dos Afoxés, em Salvador, a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, e o Carnaval de Maragojipe na cidade de mesmo nome localizada no Recôncavo. Os dossiês da Festa do Bembé do Mercado em Santo Amaro e da Festa D’Ajuda de Cachoeira ainda estão em construção. A depender da complexidade do tema pesquisado e dos documentos ainda disponíveis sobre a história de cada um, a formação dos dossiês pode durar de seis meses a dois anos. Mais informações sobre os dossiês do IPAC podem ser obtidas através do site www.ipac.ba.gov.br ou pela Gerência de Patrimônio Imaterial no telefone (71) 3116-6741, durante horário comercial, de segunda à sexta-feira, exceto feriados. Sobre a “Celebração das Culturas dos Sertões”, os interessados podem acessar o hotsite www.cultura.ba.gov/sertoes.
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