No último sábado (6), a transexual Cibelly recebeu alta do hospital após mais de três meses se recuperando no hospital do espacamento do qual foi vítima no Carnaval de Belo Horizonte. De acordo com o portal BHAZ, sete homens agrediram Cibelly, que teve afundamento do crânio, perda da fala e dos movimentos do lado direito.
A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou ao BHAZ que “não poupa esforços para esclarecer o crime” e garante que ainda trabalha nas investigações, mas até o momento nenhum suspeito foi identificado.
Em entrevista ao portal, o pai de Cibelly contou que tem medo de algum tipo de represália. “Não sei o que dizer. Não quero mexer com polícia. Não posso fazer nada. Não posso voltar atrás. A gente quer justiça, mas o que posso fazer? Preciso voltar para Belém-PA [cidade natal de pai e filha]”.
A ONG Transvest se comprometeu a cobrir as passagens aéreas e o translado para o pai e para Cibely. Além disso, vão dar "uma renda mensal para a família até quando existir a Transvest". A idealizadora da ONG publicou o caso de Cibelly em seu perfil no Instagram.
“A Cibelly é um milagre movido pelo amor. O pai tem se dedicado, de forma integral, para ela se recuperar. Está o tempo todo ao lado dela. Nesses quase quatro meses de internação, ele morou no hospital. O amor dele pela filha fez Cibelly viver novamente. Não tenho dúvidas”, contou o pastor Sandro Lúcio, da Igreja Cristã Contemporânea, que era frequentada por Cibelly.
Uma publicação compartilhada por Duda Salabert (@duda_salabert) em 9 de Jun, 2020 às 7:11 PDT
Cibelly ficou em coma mais de 10 dias. Em nota a polícia afirmou que não se sabe detalhes do crime. “Várias diligências foram realizadas para identificar e solicitar imagens de câmeras de segurança existentes ao redor do local dos fatos. Infelizmente nenhuma câmera captou o momento das agressões ou mesmo os agressores”.
“Em uma delas, que se encontra com a perícia policial, é possível ver a multidão que estava presente em um bloco de Carnaval e a equipe do Samu que chegou ao local para prestar socorro a Cibelly”, complementa.
Confira a nota completa da polícia sobre o caso:
“A Polícia Civil de Minas Gerais informa que desde que tomou conhecimento, em 28 de fevereiro de 2020, seis dias após o fato, da tentativa de homicídio contra Cibelly, não poupa esforços para esclarecer o crime.
Várias diligências foram realizadas para identificar e solicitar imagens de câmeras de segurança existentes ao redor do local dos fatos. Infelizmente nenhuma câmera captou o momento das agressões ou mesmo os agressores. Em uma delas, que se encontra com a perícia policial, é possível ver a multidão que estava presente em um bloco de carnaval e a equipe do SAMU que chegou ao local para prestar socorro a Cibelly.
Diversas pessoas foram chamadas a prestar informações, no entanto, ainda não temos testemunhas do fato e muitos preferem não se envolver e não prestar nenhum tipo de cooperação com a PCMG.
A Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas esclarece que este caso continua sendo investigado e se coloca a disposição para receber qualquer informação que possa auxiliar nos trabalhos investigativos e assim , identificar os autores da tentativa de homicídio contra Cibelly”.