Antes mesmo do início da votação final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, parece já ter gente não só prevendo o resultado como cravando o futuro político da petista.
Em um teste realizado no painel virtual do auditório da Casa, a TV Senado exibiu por engano uma mensagem antecipando a oficialização de Michel Temer como presidente do Brasil em caráter definitivo.
"Michel Temer toma posse em definitivo em sessão do Congresso ainda hoje", dizia a legenda.
O senador Roberto Rocha (PSB-MA) indicou que votará a favor do afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. Deste modo, segundo levantamento feito pelo GLOBO, já são 54 o número de votos a favor do impeachment, o suficiente para o afastamento definitivo de Dilma.
Na segunda-feira, durante a defesa de Dilma no Senado, dois senadores anunciaram voto contra o afastamento: Otto Alencar (PSD-BA), ex-vice-governador da Bahia durante o mandato do petista Jaques Wagner, e Telmário Mota (PDT-RR). Mota, no entanto, conversou com o Planalto e pode votar a favor do impeachment.
Outros senadores que ainda não haviam revelado voto também elogiaram a presidente afastada, mas a avaliação geral, mesmo entre petistas, é que dificilmente Dilma conseguirá ganhar apoios suficientes para reverter o impeachment. Segundo senadores do partido, existe um potencial de 10 votos que poderiam virar, mas seria necessária uma onda que ainda não veio.
Na segunda-feira, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, disse que o depoimento da presidente afastada poderia mudar os rumos do processo de impeachment, se o julgamento estivesse sendo feito com "racionalidade".
— A presidente Dilma veio com o peito aberto, com a clareza de que ela é uma chefe de estado e que está sendo acusada injustamente. Se fosse um processo julgado com racionalidade, com base nas provas dos autos, esse depoimento resolveria tudo. Espero que pese na consciência de cada um dos julgadores aquilo que efetivamente deve ser feito, com base na justiça. Não se pode jamais afastar um presidente da República com base em pretextos tão frágeis — afirmou Cardozo.
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