O Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste cresceu 37,1% entre 2003 e 2010, desempenho bastante superior à média nacional, que ficou em 32,2%. Nos últimos meses, porém, a região tem registrado um significativo processo de arrefecimento de sua economia, como ficou demonstrado no Índice de Atividade do Banco Central (IBC). A desaceleração na produção industrial, sobretudo na Bahia, no Ceará e em Pernambuco, explica a queda do indicador na região. O relatório aponta o Nordeste com o pior desempenho entre as cinco regiões brasileiras no trimestre encerrado em fevereiro. Segundo o IBC, a atividade econômica na região avançou apenas 0,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior, compreendido pelo período entre setembro e novembro de 2010. O melhor desempenho foi o da região Norte, com alta de 4,2%. A média nacional foi de 1%. O comportamento é explicado basicamente pela expressiva queda na produção industrial da região, que ainda é pouco diversificada. De acordo com o BC, a produção física no Nordeste recuou 4,2% no trimestre encerrado em fevereiro ante os três meses anteriores. Já a produção nacional ficou relativamente estável, com alta de 0,1% no mesmo intervalo. Foram identificadas quedas na produção de nove das 11 principais atividades pesquisadas, com destaque para os setores químico (-26,5%) e de calçados e artigos em couro (-6,5%). O primeiro, concentrado no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, sofreu com o apagão ocorrido no início de fevereiro, que paralisou as atividades em algumas fábricas.A indústria cearense de calçados também registrou queda importante no período, de 7,4%. A desaceleração na indústria também foi vista no emprego. No trimestre encerrado em fevereiro foram eliminadas 28,9 mil vagas, com destaque para a construção civil e a indústria sucroalcooleira. No mesmo período de comparação, o país gerou 25,4 mil vagas. Apesar do arrefecimento, o Banco Central acredita que o Nordeste seguirá crescendo acima da média nacional. Baseado em projeções do Banco do Nordeste, o diretor de Política Econômica do BC, José Hamilton Araújo, afirmou que o PIB da região deverá avançar 5,4% em 2011, ante um crescimento nacional, previsto pelo BC, de 4%. Araújo reafirmou o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação. Segundo ele, o ciclo de alta na taxa básica de juros "será prolongado pelo tempo que for necessário" para garantir um IPCA de 4,5% em 2012. Ele não descartou, inclusive, que o governo lance mão de novas medidas macroprudenciais para frear o consumo. Apesar de admitir que a economia já anda em ritmo mais lento, ele acredita que o impacto efetivo das medidas anunciadas sobre a desaceleração da demanda só serão sentidos na segunda metade do segundo semestre. As informações são da Valor Online
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