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Boatos no WhatsApp provocam a morte de nove pessoas

No Brasil, um caso semelhante aconteceu em 2014, em Guarujá, no litoral de São Paulo

Redação iBahia • 11/06/2018 às 14:55 • Atualizada em 27/08/2022 às 20:31 - há XX semanas

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Boatos que circulam no WhatsApp já provocaram a morte de nove pessoas na Índia, todas linchadas por populares em diversas cidades do país. No último caso, as vítimas foram o engenheiro de áudio Nilotpal Das e o artista digital Abijeet Nath. Eles pararam num vilarejo no norte do estado de Assam para pedir orientação e foram confundidos com sequestradores de crianças que aparecem num vídeo falso que viralizou no país. A polícia prendeu 16 pessoas acusadas de participação no linchamento, informa a BBC.

Das e Nath se somam às sete vítimas do filmete que está circulando no aplicativo de mensagens nos últimos meses. Um vídeo mostrando o linchamento também foi publicado e mostra um deles implorando por sua vida. No domingo, estudantes e ativistas saíram as ruas de Guwahati, a maior cidade do estado de Assam, onde a dupla vivia, para protestar contra o crime.

A primeira vítima foi um homem espancado até a morte após ser visto circulando a esmo por uma cidade no estado de Tamil Nadu, em abril. No mês seguinte, uma mulher de 55 anos foi linchada no mesmo estado, por dar doces a crianças; 30 pessoas foram presas. Em Andhra Pradesh, um homem foi morto por falar hindi e não a língua local, telugo.

Em Telangana, um homem foi linchado após ser visto em uma plantação de mangas durante a noite. No mesmo estado, um homem foi morto ao chegar a uma aldeia para visitar parentes. Em Hyderabad, capital de Telangana, uma mulher transexual foi linchada. Em Bangalore, capital e maior cidade de Karnataka, um homem que havia se mudado recentemente foi confundido com o falso sequestrador, amarrado com uma corda e espancado até a morte.

Em todos os casos, um vídeo que mostra uma criança sendo sequestrada foi apontado como motivador dos crimes. O correspondente da BBC na Índia, Dan Johson, teve acesso ao material. Nele, dois homens numa moto se aproximam de um grupo de crianças e um deles agarra uma delas e a dupla vai embora. Mas o filme não é da Índia. E nem mesmo verdadeiro.

Uma versão não editada mostra que o vídeo foi produzido pelo governo do Paquistão, para alertar a população sobre o cuidado com as crianças. No fim, um dos homens explica a situação, mas esta parte foi cortada na versão que se espalhou pelo WhatsApp. O mesmo vídeo editado circulou no Brasil, em dezembro de 2016.

Como aconteceu por aqui, o vídeo circula na Índia com uma mensagem clássica de boatos falsos, dizendo apenas que sequestradores chegaram à cidade e estão levando as crianças, sem especificar data ou local e sem fontes confiáveis. Por isso, os linchamentos aconteceram em diversas partes do país, tendo como vítimas pessoas desconhecidas pelos moradores locais.

As autoridades indianas lançaram campanhas de conscientização pedindo que a população não acredite em vídeos e mensagens que circulam na internet falando sobre sequestro de crianças. Em Telangana, a polícia chegou a prender pessoas que divulgaram mensagem com o falso vídeo. Em Karnataka, foi criada uma divisão especializada em monitorar vídeos e mensagens nas redes sociais.

No Brasil, um caso semelhante aconteceu em maio de 2014, em Guarujá, no litoral de São Paulo. A dona de casa Fabiane Maria de Jesus foi confundida com uma sequestradora de crianças e espancada até a morte após um boato circular no Facebook. Cinco pessoas já foram condenadas pelo crime, com penas que variam entre 26 e 40 anos de prisão.

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