Novos incentivos devem dobrar participação do setor na matriz energética do país
Foto: Getty Images
Em uma decisão considerada pelos analistas como surpreendente, o Congresso americano aprovou na quinta-feira, 17 de dezembro, a extensão dos subsídios federais para as energias renováveis por mais cinco anos, informou a Exame.com. A medida foi anunciada poucos dias depois da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), realizada em Paris.
O custo da energia renovável, especialmente a solar, caiu muito nos últimos anos nos Estados Unidos, chegando a 70 ou 80 por cento em alguns estados, graças, em grande parte, aos incentivos fiscais que a indústria recebeu do governo americano desde 2006.
O chamado Investment Tax Credit (ITC) prevê deduções fiscais equivalentes até 30% dos custos de projetos de geração renovável. A expiração do benefício estava prevista para começo de 2016 e, por tabela, os analistas do setor temiam um grande declínio na expansão da energia solar e eólica.
No entanto, em um movimento surpresa, os legisladores dos EUA concordaram em manter por mais tempo os benefícios para as renováveis como parte de um pacote mais amplo de incentivos fiscais e planos de gastos do governo americano.
Solar e eólica
A extensão irá adicionar um extra de 20 gigawatts de energia solar nos EUA a partir de painéis fotovoltaicos, superior ao montante instalado até o final de 2014, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
Os incentivos à energia que vem dos ventos contribuirá com outros 19 gigawatts nos próximos cinco anos. Segundo a BNEF, a extensão dos benefícios vai estimular US$ 73 bilhões em investimentos e fornecer eletricidade suficiente para abastecer 8 milhões de lares americanos.
A tendência é que os consumidores paguem ainda menos pelos painéis solares para a microgeração de eletricidade e que os projetos eólicos se tornem mais competitivos.
Atualmente, os EUA geram cerca de cinco por cento de sua energia elétrica a partir de parques eólicos e fonte solar. Perante os novos incentivos, essa taxa deve saltar para cerca de 10 por cento dentro de cinco anos.
Estímulo no Brasil
Aqui no Brasil, o governo lançou na terça-feira (15) o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD). O objetivo é ampliar e aprofundar as ações de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de energia (em especial a solar fotovoltaica). A iniciativa pode movimentar pouco mais de R$ 100 bilhões em investimentos, até 2030.
A geração distribuída traz benefícios para o consumidor e para o setor elétrico: está no centro de consumo, o que reduz a necessidade de estrutura de transmissão elétrica e evita perdas. Até 2030, 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão ter energia gerada por elas mesmas, entre residência, comércios, indústrias e no setor agrícola, o que pode resultar em 23.500 MW (48 TWh produzidos) de energia limpa e renovável, o equivalente à metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com isso, o Brasil pode evitar que sejam emitidos 29 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também: