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GASTRONOMIA

Novas gim tônicas têm ingredientes exóticos e gim nacional

De tônica indiana aos botânicos da Amazônia, tudo entra nas versões contemporâneas do clássico

Redação iBahia • 06/03/2017 às 16:15 • Atualizada em 30/08/2022 às 8:35 - há XX semanas

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Elizabeth II é prova: uma taça de gim antes do almoço faz bem. E quem vai discutir com a rainha? Ela, que já apelidou o momento de “gin o’clock”, prefere a combinação com Dubonnet (aperitivo à base de vinho), limão e gelo, mas mixologistas acreditam que com água tônica e (várias) coisinhas mais o drinque fica melhor ainda.
Um gim tônica é um drinque fácil de preparar. Gim, água tônica, limão e gelo. Não tem mistério. Mas, hoje, pedir um vai render pelo menos um cardápio cheio de versões do clássico, que vão bem além das fatias de pepino. Tem maxixe, pacová e gengibre entrando na receita. E quer saber? Fica ótimo. O Garoa Bar Lounge, bar original de Santiago de Compostela que abriu uma filial no Leblon, tem em sua carta fixa nove opções de gim tônica criadas pelo mixologista Igor Renovato, que usa marcas como Hendrick’s, Monkey 47, Botanist, Malfy, Principe de Los Apostoles e Gin Mare.
Foto: Felipe Gombossy/Divulgação
— Uso cada um em uma receita. Com o Tanqueray, que é um gim seco e combina com cítricos em geral, preparo o Gitano, que leva caju, açafrão, casca de limão-siciliano, alecrim e tônica. O caju tem uma adstringência que harmoniza com o gim, e o siciliano casa com os cítricos. O alecrim, além do aroma, é usado pelos ciganos para afastar o mau olhado, daí o nome Gitano. O Monkey 47 é um dos gins mais elaborados. Os extratos vegetais são colhidos na Floresta Negra, na Alemanha. A bebida tem 47% de álcool e eles não declaram os botânicos que utilizam — comenta Igor.
A taça em forma de cachimbo onde vem o drinque Sherlock, servido no 23 Ocean Lounge, o rooftop bar do hotel Caesar Park Ipanema, é feito com Gim Bombay Sapphire, suco de limão e, o trunfo, uma tônica artesanal da casa, que mistura de xarope de quinino, matéria-prima da tônica, xarope leva açúcar, casca de laranja e especiarias. Já na nova carta de drinques do Togu, criada pelo mixologista Miguel Paes, o Togu G&T Gin fisga o cliente. O drinque leva cardamomo, tomilho, o aroma e um pouco do suco e do óleo da casca da laranja-baía. Para ele, vale tudo, desde que respeite o sabor de base do drinque.
— Acredito que todo bom clássico está passível de receber uma releitura, desde que saibam respeitar a origem desse coquetel, a história que ele carrega, toda a questão de perfil aromático, do perfil de sabor, todo conceito e, principalmente, o destilado que está presente neste drinque. No caso da gim tônica, é importante escolher ainda uma boa tônica — diz Miguel.
PRODUÇÃO DE GIM NACIONAL
No Astor, a primeira carta de gim tônica foi lançada em 2012, quando o bar apostou em misturas com bitters, frutas e especiarias. Agora, eles lançam mais um trio de drinques, o Gold Tonic (gim Bulldog, açafrão, rodelas de rabanete e um twist de limão), o Tea Thyme (gim com infusão a frio de chá de limão siciliano e gengibre) e o Brazilian Tonic (gim Arapuru, limão-rosa, bitter de laranja e sementes de tonka).
Os gins produzidos no Brasil, aliás, merecem ser comentados. A onda é recente, não tem nem um ano, mas eles já se espalham pelos bares. O Arapuru, lançado em julho do ano passado, é o primeiro dry gin feito no Brasil. A ideia é do eslovaco Mike Simk, que teve a ajuda do mestre-destilador e craque Rob Dorsett e combina ingredientes nacionais, como imbiriba, puxuri, pacová e caju. O Virga, produzido também com ingredientes brasileiros em um pequeno alambique na cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo, é feito com cachaça destilada duas vezes, que recebe os botânicos para a infusão e, em seguida, é destilada novamente. O Rio também terá o seu rótulo: o mixologista argentino Tato Giovannoni lança este mês o Amazzoni em um evento no SubAstor. A produção acontece em uma uma fazenda de café de 1717, em Barra Mansa, e no preparo só entram ingredientes amazônicos.
ÁGUA TÔNICA INDIANA
O Mr. Lam está com uma série de drinques novos e, claro, o gim está lá em vários deles. O barman Thiago Teixeira assina a Scotch GT, que leva gim Hendricks, licor de rosas, suco de limão, água tônica Fever Tree, aroma de limão-taiti, pepino e pétalas de rosas comestíveis; e o Lord GT, feito com gim Tanqueray Tem infusionado no chá de hibisco, suco de laranja, água tônica Fever Tree, bitter e fatias de laranja.
Agora, mais um parêntese, desta vez para falar das tônicas. Assim como o gim precisa ser bom, é fundamental que a tônica receba também atenção. Ou a receita desanda. A Fever Tree vem da Índia e está chegando aos poucos por aqui. Mas é garantia de um bom gim tônica. A 1724 é outra queridinha dos barmen. Vem de uma fonte chilena que fica a 1724 metros de altitude e é naturalmente gaseificada. Nada de simplicidade na hora das borbulhas.
God save the gim tônica!

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