Marcos Palmeira é um homem dividido. Ao mesmo tempo em que é um cara urbano, nascido e criado em Copacabana, ele tem os dois pés bem fincados no mundo rural. Talvez seja por isso que, quando acionado para fazer um homem da terra, como Cícero, de “Velho Chico”, consiga driblar o sotaque e a malemolência do carioca, transformado-se em um típico matuto. "É um orgulho para mim representar esse homem do campo. Estou em casa de novo", garante Marcos, de 53 anos, referindo-se aos seus peões anteriores e inesquecíveis: João Pedro, de “Renascer” (1993), e Tadeu, de “Pantanal” (1990), exibida na extinta TV Manchete. Desta vez, no entanto, o roceiro do ator não tem a cota de bondade dos personagens anteriores. "Tenho que trabalhar mais o silêncio, a observação, o sangue nos olhos. É interessante sair da linha romântica e ir para um lado mais agressivo", compara o ator, que deixou a barba e o cabelo crescerem, e insiste em dizer que não liga para o título de galã : "São os olhos de quem vê" (risos). Mesmo o amor platônico que Cícero sente por Maria Tereza (Camila Pitanga), desde pequeno, não faz dele um homem melhor. Muito pelo contrário.
"Ele é capaz de matar por esse amor. Trabalhar nesse limite, para mim, é novo. Acredito que, quando se ama, é preciso lutar por isso. Mas não de forma a provocar uma tragédia", filosofa ele, casado há três meses com a diretora Gabriela Gastal. Marcos se sente em casa ao retomar a antiga parceria com o universo rústico de Benedito Ruy Barbosa (autor de “Pantanal” e “Renascer”) e do diretor Luiz Fernando Carvalho (“Renascer”). "São oportunidades raras. Quando Luiz me ligou, nem titubeei. Eu vinha de uma coisa que estava curtindo muito, que era “Babilônia”. Apesar dos problemas, era prazeroso fazer. Mas acho que queria esse convite e nem sabia que estava querendo (risos)", confessa Marcos, que se destacou na antiga trama das nove como o político corrupto Aderbal: "A essa altura, o prefeito já deve ter ido depor de forma coercitiva". Paralelamente às gravações, o ator administra sua fazenda agroecológica e uma loja onde vende os produtos produzidos em suas terras. Mesmo assim, ele não descuida dos cuidados com o corpo. "Já sou um cinquentão, né? Jogo bola, tênis, faço pilates, ando de bicicleta... Estou na ativa!”.
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