Doze anos após sua última novela na Globo, Raul Gazolla volta ao ar como o treinador de MMA Allan, em “A força do querer”, próxima trama das nove, que estreia dia 3 de abril. Aos 61 anos, o ator dará vida a um esportista linha-dura. Nesta entrevista, ele mostra que encara a vida de um modo bem diferente do personagem. Conta como superou um infarto e recorda o assassinato da mulher, Daniella Perez.
Como é voltar a trabalhar com Gloria Perez?
“A força do querer” é a terceira novela dela que eu faço, depois de “O clone” (2001) e de “América” (2005). É um prazer enorme. Nós temos uma relação pessoal muito legal (a autora foi sogra dele), que não tem nada a ver com a profissional. Então, quando ela me convida para fazer um trabalho, é uma gratificação.
Você volta à Globo depois de 12 anos e, para muita gente, ainda é um galã. Ainda se vê carregando esse rótulo?
Eu tenho 61 anos. Se eu me considerasse um galã, seria um idiota. Tento manter a forma física, mas as marcas do tempo fazem parte da vida. As pessoas não sabem quanto tempo eu levei para deixar o cabelo branco assim: levei 61 anos (risos). E não penso em fazer plástica. Não vou tirar o que a vida me deu.
Antes de entrar na novela, com o que estava trabalhando?
Eu faço o marketing da rede Polishop e uma peça chamada “Pressão alta: crônica de um ator”, há sete anos. Atualmente, só sou contratado por empresas fechadas. Escrevi o roteiro desse espetáculo por conta do primeiro pré-infarto que tive, em 2009. Esse trabalho com empresas é interessante não só pela parte financeira, mas principalmente porque estou sempre no palco apresentando planos e, ao falar sobre negócios, faço um trabalho de ator, coloco uma pitada de humor...
O que ocasionou esse infarto?
Foi o diagnóstico de uma gordura visceral nas artérias. Normalmente, quem tem isso são pessoas obesas. Eu estava acima do peso, mas não era gordo. Mesmo assim, passei por um emagrecimento e faço dieta eterna: não como mais carne nem farinha, e não sinto falta. Prefiro investir em alimentos saudáveis.
Vinte e cinco anos depois da morte de Daniella Perez (morta a tesouradas pelo então ator Guilherme de Pádua, condenado em 1992), você tem saudade de sua mulher?
Parece que foi ontem. Perder uma pessoa por assassinato é diferente. Quando perdemos alguém para uma violência pessoal, para o desequilíbrio emocional de pessoas que não precisavam estar nesse planeta, a recuperação é mais complicada. Eu não penso na presença da Dani espiritualmente. O que eu peço sempre é que ela esteja muito bem onde ela está. Ela precisa descansar.
Houve impunidade?
A dor maior é saber que o Brasil não pune seus criminosos como devia. Pessoas que cometem crimes estão soltas por aí. Olha o goleiro Bruno, que foi contratado por um time de futebol! Um criminoso não é ex-criminoso. A vítima dele não retorna. Pelo amor de Deus, as pessoas têm que ter um pouco de discernimento! O goleiro Bruno e os outros assassinos vão ser assassinos para sempre. Guilherme de Pádua quer ser chamado de ator? Ele já foi ator e não conseguiu continuar porque se especializou em crimes. É um assassino. Ponto final.
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Redação iBahia
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