Dez anos depois, Danilo Rios vai reencontrar o gramado da Fonte Nova. Revelado nas categorias de base do Bahia, o meia deixou o Fazendão em 2008 e nunca mais jogou no estádio. Camisa 10 do Jacuipense, ele vai enfrentar o ex-clube nesta quarta-feira (24), às 20h45, pela segunda rodada do Campeonato Baiano.
“Vai ser um momento legal, vai ser bacana. A expectativa é muito grande, confesso que estou ansioso”, diz o jogador. Toda essa ansiedade não é apenas por voltar ao estádio onde viveu as primeiras emoções da carreira, mas também porque é nele que vai recomeçá-la, aos 29 anos.
Danilo pretende encerrar um drama que vive há quase dois anos. Ele rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo no dia 27 de março de 2016, quando defendia o Rio Branco-PR, e não disputa uma partida oficial desde então.
“Vim fazer a cirurgia em Salvador. Aí, quando já estava negociando com outras equipes, me machuquei de novo, treinando. Tive que fazer outra cirurgia em janeiro de 2017 e passei o ano passado todo me recuperando. Por isso, a expectativa é muito grande para essa volta”, afirma o atleta, que está no Jacuipense desde o dia 14 de dezembro. O único lado positivo da pausa foi poder acompanhar a gravidez da esposa Morgana. A filha Maria Clara nasceu há três meses.
Desde que deixou o Fazendão, o meia enfrentou o Esquadrão duas vezes. Em 2008, quando defendeu o Vitória, e em 2010, quando jogava pelo Duque de Caxias. O clássico Ba-Vi foi disputado no Joia da Princesa, em Feira de Santana, e o confronto com a equipe fluminense aconteceu em São Januário, no Rio de Janeiro.
Danilo nunca pisou no gramado da nova Fonte, mas já conhece a arquibancada. Torcedor tricolor declarado, ele assistiu a três jogos do Bahia no Campeonato Brasileiro do ano passado no meio da galera. Viu de perto o empate com o Fluminense (1x1) e os triunfos contra São Paulo (2x1) e Santos (3x1).
De vez em quando, era reconhecido. “Eu mudei bastante da época que saí do Bahia pra agora, fiquei careca, minha aparência mudou muito, mas sempre tem torcedores que lembram e é muito legal essa relação que tenho com a torcida, que sempre me tratou com muito carinho”, comenta.
Danilo Rios chegou ao Bahia com 11 anos, em 1999, e foi promovido ao profissional em 2006. Meses depois de ser vendido ao Grêmio por R$ 1 milhão, em 2007, ele foi emprestado ao Vitória em 2008.
Defendeu o rival e não se orgulha disso. “Um dos arrependimentos que tenho da minha carreira foi ter jogado no Vitória. Eu tinha acabado de sair do Bahia, foi muito recente, não era o momento, mas eu era muito novo e segui a orientação de quem estava trabalhando comigo. Vim muito por conta da opinião de outras pessoas e não por vontade. Não tenho nada contra o Vitória, mas não era o momento”, avalia.
O meia tem 13 clubes no currículo. Antes de chegar ao Jacuipense, defendeu Atlético-MG, Guarani, São Caetano, Duque de Caxias, Nacional, Fortaleza, Remo, Maringá e Rio Branco, além da dupla Ba-Vi e do Grêmio.
Não era bem o que ele planejava para a carreira. “Não saiu como eu imaginava. Minha ideia e dos meus empresários era ir para a Europa, mas acabei não tendo muitas oportunidades no Grêmio e as que tive não soube aproveitar. Depois que você é emprestado uma vez, dificilmente volta. Também tive muitas lesões difíceis, que me atrapalharam”, analisa a ex-promessa tricolor.
Independentemente do que aconteceu no passado, Danilo está tentando escrever o futuro. O recomeço será no palco em que ele marcou seu primeiro gol. “Foi contra o Itabuna, em 2006. Eu entrei no segundo tempo, tocaram pra mim, dividi a bola com o zagueiro e toquei no canto”, recorda o meia.
Nesta quarta, ele espera repetir o feito. “Deus prepara as coisas, né? Minha volta já vai ser logo contra o Bahia e na Fonte Nova, o estádio onde mais joguei e tenho momentos marcantes. Espero poder surpreender e fazer um grande campeonato”.
Terá ao lado outros velhos conhecidos da dupla Ba-Vi, como o lateral-esquerdo Ávine, o lateral-direito Paulinho - que jogou no Bahia de 2002 a 2007 antes de fazer carreira no Chipre -, o volante Uelliton e o meia Mauri. Danilo Rios e Paulinho são titulares do time treinado por Jonilson Veloso.
Ávine é um velho amigo do meia. "Temos uma amizade de 15 anos. Jogamos a base toda, subimos para o profissional e vivemos momentos bons e ruins juntos. Infelizmente passamos por dificuldades parecidas por lesão. A gente troca muita ideia, porque é muito difícil voltar. É um prazer estar com ele novamente", diz Danilo.
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Redação iBahia
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