Cientistas da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) obtiveram sucesso em testes contra a versão para macacos do vírus HIV, causador da Aids em humanos. Conhecido como SIV, o micro-organismo foi impedido de infectar até 83% dos 40 animais do tipo "reso" usados como cobaias no trabalho descrito na revista científica "Nature" nesta quarta-feira (4). A vacina experimental reduziu as chances dos macacos imunizados adquirirem o SIV, quando comparados com animais que receberam apenas placebos. Já entre os macacos que ficaram infectados, a vacina também obteve resposta e reduziu o número de micro-organismos presentes no sangue. A proteção parcial foi focada em um tipo mais agressivo e difícil de neutralizar do SIV. Mas para despertar o sistema de defesa dos macacos, foi aplicada uma versão mais amena do vírus - cenário semelhante ao que pessoas poderiam encontrar caso uma vacina para o vírus da Aids humana já existisse no mercado. O estudo foi parcialmente financiado pelo Instituto Norte-Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), entidade ligada aos Institutos Nacionais de Saúde do país. Para o órgão, o segredo para uma vacina voltada a humanos passa por uma proteína presente na superfície do vírus HIV chamada Env. No estudo com o SIV, essa substância foi combatida por anticorpos, que podem ser vitais para "atrasar" a infecção. Pelo método utilizado no trabalho, as doses de vacina foram administradas primeiro com pedaços do vírus inoperantes e reforçadas com versões enfraquecidas dos micro-organismos. Embora as vacinas usadas não sejam novas, o efeito delas para proteger uma versão agressiva do SIV nunca havia sido observado em outros trabalhos científicos. O próximo passo será levar o modelo das vacinas contra o SIV símio para desenvolver imunizações contra o HIV e iniciar testes clínicos. Segundo o NIAID, pesquisas como essa ajudam a compreender o sucesso do primeiro modelo de vacina contra HIV testada em 16 mil pacientes na Tailândia, em 2009. Naquele estudo, a eficiência na prevenção contra o vírus foi de 31%.
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