Em 2022, a Bahia registrou aos menos cinco casos da doença de Creutzfeld-Jakob, enfermidade neurodegenerativa que leva à morte. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), todas as confirmações da doença ocorreram em Salvador. Do total de pacientes, três foram a óbito.
Em um primeiro momento, chegou a ser divulgado que os casos eram de encefalite espongiforme bovina, popularmente conhecida como "doença da vaca louca". No entanto, a hipótese foi descartada pelo Ministério da Agricultura. Em nota, a pasta afirmou que os casos podem estar ligados à forma esporádica da doença, sem relação com a ingestão de carne e derivados bovinos contaminados.
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O infectologista e técnico de vigilância epidemiológica da Sesab, Antônio Bandeira, explica as diferenças entre as formas da doença.
"Ela não é causada por um vírus, nem causada por bactéria, nem protozoário, nem fungo. É causada por uma proteína que ela tem uma característica, que ela consegue induzir outras proteínas a assumirem a conformação dela, como inicialmente, até uma doença que tinha um caráter hereditário, depois civil que também ela tinha características familiares assim, de agrupamentos familiares, ao longo das pesquisas e que também acabou surgindo é que uma variante dessa proteína pode vir através do consumo de carne bovino", explica.
De acordo com o infectologista, os casos dos pacientes que vieram a óbito por conta da doença serão analisados por meio de biópsia.
"O que é existe é um trabalho contínuo em cima desses casos, em cima da biopsia, em cima da revisão desses casos. Claro, o mais rápido possível, mas nada disso ele consegue ser feito com a velocidade de um dia hoje. Amanhã não vai ter nenhuma resposta da análise", pontua o infectologista.
Antônio Bandeira também considera que o volume de casos da doença de Creutzfeld-Kabob registrados em 2022 está dentro da normalidade.
"Obviamente todo o processo de vigilância epidemiológico, ele continua sendo acompanhado, né? O ano não terminou ainda, né? Tá em outubro, tudo depende também da evolução dos diagnósticos. Aí a gente tem que trabalhar com a ciência e não com o pânico", destaca.
Segundo dados da Sesab, no ano passado, a Bahia registrou três casos da doença neurológica: um em Salvador, um em Simões Filho e outro em Serrolândia. Dois desses pacientes morreram e o terceiro tem a situação investigada pela vigilância epidemiológica.
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