Um levantamento feito pela LCA Consultores, com base nos dados do cadastro geral de empregados e desempregados, aponta que pedidos de demissão bateram recorde em agosto no Brasil.
Do total de cerca de 1,7 milhões de desligamentos, ao menos 630 mil foram voluntários, ou seja, de interesse do próprio funcionário. O economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, acredita que esse cenário é reflexo da mudança de comportamento dos profissionais durante a pandemia de Covid-19.
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"Hoje as pessoas pensam muito na questão da qualidade de vida, e não somente só no salário. Você querer pegar uma 1h de trânsito, 1h em transporte público, pensar no tempo que você gasta em deslocamento, você querer ficar em casa com a sua família, hoje entra na conta do trabalhador. Tem uma outra questão, de normalização do mercado de trabalho. As pessoas tiveram muita dificuldade para se inserir no mercado de trabalho durante a pandemia, tiveram que se inserir em empregos de menor qualificação, para poder pagar suas contas e agora a gente está em um momento mais aquecido da atividade econômica, em que a gente tem visto mais criação de vagas. Então, ela se demite de uma lugar, para poder assumir um lugar mais condizente. E por fim, tem uma questão de retorno das empresas, para modelos híbridos e presenciais", analisa.
Essa é a mesma percepção feita por Angela Sanches, profissional da área de gestão em pessoas em uma empresa de tecnologia da informação. Ela reforça que oportunidades para trabalhar em home office em negócios do exterior está atraindo os brasileiros.
"Atualmente, muitas pessoas vem solicitando demissão. Possivelmente, com a parte de trabalho home office, fica mais fácil essa mudança de empresa. E, algumas empresas também tem oferecido trabalhos internacionais, onde as pessoas podem atuar, morando aqui mesmo no Brasil, e ganhando em dólar. Então, a gente vem percebendo essa crescente de mudança, justamente por conta salarial", explica.
Em relação aos 26 estados e o Distrito Federal, só não houve recorde nos pedidos de demissões em agosto no Amapá, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São Paulo se manteve no topo dos estados com maior número de pedidos de demissão. Isso se deve ao fato de o estado ser o que mais emprega no país.
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