O último álbum de estúdio da cantora Gal Costa (1945-2022), falecida há exatamente um ano, foi um "projeto de quarentena" que criou colaborações com artistas da nova geração. "Nenhuma Dor" foi divulgado nas plataformas digitais em 2021 e ganhou uma edição em vinil.
O álbum, que ganhou o título da canção homônima de Torquato Neto e Caetano Veloso, surgiu de uma ideia do produtor Marcus Preto. No material de divulgação do álbum, ele contou que um telefonema de Gal Costa trouxe a ideia-chave.
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"Sentia que, nesses dias tão vagos de definição, um público mais jovem do que o habitual estava dando tratamento especialmente afetuoso aos artistas da sua geração. A meninada chegou mais perto do trabalho dela, do de Caetano, Milton, Gil, Chico, Bethânia. Comentei que a sensação dela estava correta e era amparada por números (...)", escreveu.
O álbum reúne gravações que haviam sido lançadas como singles ao longo dos anos de 2020 e 2021. Na definição de Marcus Preto, "Nenhuma Dor" nunca teve pretensão de soar como um disco de carreira e é, antes de tudo, um trabalho colaborativo que dá destaque à influência de Gal Costa entre os cantores da MPB.
"Tampouco pretende definir próximos passos artísticos de Gal ou de qualquer um dos envolvidos. Nem ganhar prêmios de melhores do ano. Quer apenas ecoar, mais alto e mais longe, essa voz da memória do afeto que nos dá o colo inabalável e a força para seguirmos firmes na estrada", definiu.
Em dez faixas, Gal Costa faz duetos com os brasileiros Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Criolo, Rubel, Tim Bernarde, Zé Ibarra e Zeca Veloso, filho de Caetano Veloso. Ela também canta com o português António Zambujo e com o uruguaio Jorge Drexler.