É difícil para os nossos amigos de quatro patas perderem calor porque eles não transpiram como nós. Ao contrário dos seres humanos, cães e gatos possuem pouquíssimas glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo. Se não forem tomadas precauções, o estresse térmico pode causar intenso sofrimento, e até levá-los à morte, como aconteceu na última segunda-feira (7) com uma cadela da raça Beagle que não resistiu às altas temperaturas do verão carioca e morreu de hipertermia.
Durante o verão intenso, os animais que não conseguem encontrar uma forma de resfriar o corpo acabam aumentando a ventilação pulmonar (ficam ofegantes). Caso o animal continue exposto ao calor excessivo, ele poderá entrar em “agonia respiratória” e sofrer uma hipertermia. De acordo com os médicos veterinários André B. Meirelles e Diogo Alves da Conceição, aqui vão algumas dicas e cuidados que você deve tomar com seu pet para que ele não seja consumido pelo calor do verão:
Fique atento aos sintomas
As raças de cães que apresentam focinhos curtos correm maior risco. Isso acontece por causa da dificuldade natural de respirar que estes animais têm por conta da anatomia do focinho. Donos de cães como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shithsus e Lhasas Apso, devem ter cuidados redobrados. Cães mais velhos também são mais propensos a sofrer com o calor porque seu sistema termorregulador não funciona tão bem quanto o de cães mais jovens.
Os principais sintomas são hipersalivação, respiração ofegante acima do normal, pele muito quente, batimento cardíaco acelerado, cansaço, fraqueza e indisposição.
Durante a hipertermia, a temperatura do animal pode chegar aos 42ºC. Isto pode provocar vômito, parada cardíaca e até a morte. Ao sinal de qualquer um desses sintomas é recomendada uma visita ao veterinário com urgência.
Queimaduras nas patas
As glândulas sudoríparas dos cães ficam concentradas nos “coxins”, as almofadinhas das patas. A camada de gordura presente nas patas ajuda a isolar a temperatura, por isso é fundamental cuidar bem delas. Se as patas entram em contato com o asfalto, calçada ou areia quentes no verão, a camada de gordura pode ser insuficiente para a proteção, causando dor extrema, traumas e infecções. É importante evitar os horários de pico de temperatura na hora de levar o cãozinho para passear. Se a temperatura do chão estiver quente para você, também estará para o animal.
Hora do passeio
Fazer atividade física é importante para todo animal, mas durante o verão é necessário tomar alguns cuidados específicos, como respeitar o ritmo da passada do cão. É imprescindível que os passeios ocorram bem cedo ou após o pôr do sol. Vale levar uma garrafa com água gelada para borrifar sobre o pêlo e a boca do animal. Também é recomendado o uso coleira peitoral, porque as coleiras de pescoço podem dificultar a respiração durante o passeio.
Tosa
A perda de calor dos cães é naturalmente prejudicada pela sua pelagem. Tosar o seu cãozinho, principalmente das raças de pêlo longo e focinho curto, é uma boa pedida. Mas para aquelas raças que possuem subpêlos, como Akitas, Huskies e Chow Chow, a tosa deve ser vista com cautela. Os pêlos destes cães são importantes para evitar queimaduras solares e podem demorar muito tempo para voltar a crescer, por isso devem ser no máximo aparados.
Alimentação
É recomendado colocar comida para os cães nos horários mais frescos do dia, e cuidado com a quantidade, pois o calor pode causar problemas de digestão.
Hidratação
Essa época do ano é muito propícia para que os cães fiquem desidratados, por isso devem sempre ter água fresca e em abundância por perto. Melhor ainda se estiver gelada, pois quando ingerida, ajuda a regular a temperatura do corpo. Nos dias mais quentes vale até colocar algumas pedras de gelo na água.
Local para deitar
Os cães precisam de superfícies mais frias como um piso de azulejo ou até mesmo a grama. Deitar nesses locais possibilita que eles percam calor por contato. Os tapetes refrescantes podem ser uma opção. Eles possuem um sistema de refrigeração através de gel, que é ativado pelo peso e pressão do cão sobre ele. Mesmo após algum tempo ele se mantém frio em relação ao ambiente, e não precisa de água, refrigeração ou eletricidade.
Ventilação
Em dias muito quentes, se puder permitir que seu pet tenha acesso a um local refrigerado ele ficará muito agradecido. Ligue ventiladores ou o ar-condicionado para que ele possa se refrescar, mas cuidado:choques de temperatura podem fazer mal. É recomendado que você suba a temperatura aos poucos antes de sair com ele para a rua, por exemplo. Nunca deixe seu animal dentro de carros ou locais sem ventilação.
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Redação iBahia
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