'Fiquei desesperada', diz mãe de bebê morto após atendimento em UPA

Os pais do bebê de 3 meses, que morreu após realizar um atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Marback, no bairro do Imbuí, em Salvador, explicou o que aconteceu com a criança na noite de domingo (15). Família denuncia negligência médica após bebê passar por lavagem nasal na unidade saúde.

De acordo com a mãe do bebê, que estava na sala durante todo o atendimento, a criança começou a entalar após realizar a lavagem nasal. Segundo ela, após o procedimento, o bebê começou a colocar secreção pela boca.

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"Eu fiquei desesperada. Ele estava no meu colo, aí começou a sair secreção pela boca. Eu comecei a limpar. Aí, outra técnica, não a que fez a lavagem nasal, essa outra técnica disse que ia fazer mais uma lavagem, porque viu que ele ainda estava com bastante secreção. Mas não chegou a fazer. Ela veio, pegou o menino da minha mão e disse assim 'ó mãe, quando ele tiver assim, se entalando com secreção, ponha ele assim, de bruços', contou para reportagem da TV Bahia.

O pai do bebê explicou que, antes disso, a criança fez três lavagens nasais com uma técnica de enfermagem, após ser receitado pelo médico de plantão.

"Ela fez esse procedimento. Pediu para que debruçasse sobre os seios da minha esposa. E minha esposa perguntou a ela, explicando a ela se era dessa forma pra fazer a lavagem nasal. E ela dizendo que era assim. Minha esposa explicou a ela que um pessoal falou, avisou ela, que o procedimento é para frente, para que o soro passe pela narina e saia do outro lado juntamente com o catarro. E ela disse que o bebê tinha que engolir. E aí ela fez os três procedimentos", disse o pai da criança.

Em seguida, a mãe do bebê perguntou para à técnica se poderia dar de mamar. Segundo o pai, a resposta teria sido negativa inicialmente, mas depois permitiu desde que aos poucos.

"Aí minha esposa perguntou se poderia dar de mamar, ela disse que não, mas se quisesse poderia dar aos poucos. E minha esposa disse que ele mamou, mas só um pouquinho. Não durou tempo nenhum. Aí ele começou a se entalar e aí começou o procedimento de reanimação dele", afirmou.

Ainda segundo a mãe, logo após isso o bebê começou a entalar e precisou ser encaminhado para a sala vermelho.

"Foi aí que ele começou a perder o ar, se sufocar. Aí ela levantou ele de vez, quando ela levantou ele de vez, ele ganhou fôlego e chorou. Aí ela deitou de novo, tentou fazer as manobras e ele se entalou de novo. E saiu correndo. Eu saí na frente dela, gritando 'socorro, socorro, alguém socorre meu filho'. Aí ela entregou meu filho a alguém lá dentro. E depois disso, eles estavam tentando reanimar ele na sala vermelha e me disseram que ele estava bem", relatou.

Logo após isso, ele recebeu a notícia de que o bebê estava bem, após ser reanimado. Porém, os pais não poderiam entrar na sala. Ela afirma ainda que chegou a ver a criança brincando, enquanto fazia a ficha de internamento para regulação. Em seguida, ele foi encaminhado para o Hospital Roberto Santos, onde o bebê morreu.

"Disseram para meu esposo que a causa da morte dele foi porque ele broncoaspirou. Então, ele broncoaspirou com excesso de soro na lavagem, que o procedimento que ela fez não foi correto. Todas as seringas de soro que ela explicou ele engoliu. E o certo, o correto é ela fazer a lavagem com ele inclinado para frente para que que o soro saia na lateral", disse a mãe.

Em nota a Secretaria Municipal de Saúde informou que está apurando o caso juntamente com a administração da UPA do Marback e enviará um novo comunicado em breve.

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