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SALVADOR

Abril registrou 22% da chuva esperada para o mês

Expectativa é de que maio registre chuvas intensas em poucas horas; geólogo explica riscos para áreas de encostas

• 30/04/2016 às 9:05 • Atualizada em 01/09/2022 às 13:50 - há XX semanas

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No ano passado, abril teve fortes chuvas (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)

O mês de abril acaba neste sábado (30) com um clima atípico, e nem estamos falando de política. Conhecido como um dos meses mais chuvoso do ano em Salvador, abril termina com a segunda menor média de chuva desde o início dos anos 2000, o que não tira do alerta moradores de áreas de risco da capital por conta da chance de chuvas fortes em poucas horas agora em maio, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ao longo do mês, a média de chuva na cidade foi de 68,7 milímetros, o que corresponde a 22% da média histórica do período, que é de 309,7 milímetros em Salvador. Já para o próximo mês, a expectativa é de que haja chuvas fortes em poucas horas. Dados do Inmet apontam que a chance de haver chuvas fortes em poucas horas é maior em maio do que em abril, historicamente. O levantamento considera os últimos onze anos. Nesse período, em apenas dois anos não houve essa incidência de chuvas fortes em abril. Quando analisado os meses de maio, esse número sobe para três. Pelo histórico, maio chove mais do que abril. ExplicaçãoEssa redução no volume de chuvas é um fenômeno que vem sendo observado desde o final do ano passado e está diretamente relacionada com o fenômeno El Niño, segundo Cláudia Valéria, meteorologista do Inmet em Salvador. O fenômeno climático, provocado pelo super aquecimento das águas do Oceano Pacífico, também interfere no que a meteorologista aponta como uma má distribuição das chuvas. "Ocorre de chover um dia e ficar vários outros sem chuva e também, em casos de regiões geograficamente próximas, uma parte tem chuva e outra não", explica Valéria. “Isso não é um caso especifico deste ano. Como referência temos o ano de 2012, que teve 48,9 milímetros de chuva em abril. E 2012 nem faz tanto tempo assim, mas as pessoas estão usando mais a referência do ano passado, por conta das chuvas fortes”, lembra Valéria. Nesse mesmo ano, 2012, embora abril tenha sido de pouca chuva, maio registrou 415,5 milímetros, acima da média que para o mês de maio é 359,9. “Isso não quer dizer que a falta de chuva em abril acumula para maio, não tem relação direta”, desmistifica. PrevisãoA expectativa para os próximos três meses é de precipitação de um volume de chuva normal ou um pouco abaixo da média. Nas faixas litorâneas, em especial, não deve chover além da média histórica, segundo o Inmet. “Por esse prognóstico, em maio, assim como em junho e julho, pode sim ter chuvas intensas, com grande volume de água em poucas horas. Importante dizer que são previsões, não existe uma regra geral”, afirma a meteorologista. Um relatório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – aponta que o efeito deste fenômeno El Niño está em declínio. PerigoMas não são apenas as chuvas fortes que se mostram um perigo para quem mora em áreas de risco, é o que explica o geólogo Fernando Cunha, presidente da Associação Baiana de Geologia (ABG). “As chuvas fracas e contínuas aumentam a infiltração no solo e é o que gera a estabilidade do solo. Com a infiltração é gerado uma espécie de bolsão de água no fundo, há uma dilatação que faz com que a terra fique praticamente solta”, explica Fernando. Ele também detalha de quanto maior a inclinação da encosta, maior é o risco. Já as chuvas fortes de curto prazo, segundo o especialista, agem apenas de forma superficial na terra, o que pode causar apenas erosões superficiais.

Defesa Civil municipal tem organizado simulados para população enfrentar a chuva
(Foto: Beto Júnior/CORREIO)

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) monitora 15 pluviômetros espalhados pela cidade - número que deve subir para 20 nos próximos 30 dias. É com esse equipamento que há uma medição das chuvas por áreas de Salvador, onde as chuvas se distribuem de diferentes formas. Em abril, a pouca chuva que houve se concentrou principalmente na região dos bairros de Águas Claras (100 milímetros), Brotas e Rio Sena (110 mm cada) e Pirajá, onde mais choveu, com 118 mm. A precipitação de chuva foi baixa nas regiões da Base Naval (São Tomé de Paripe), com 37 mm, e Monte Serrat com 51 mm. "Nós monitoramos o acumulado de chuva nas últimas 96 horas. Se tem alguns dias que não chove e há uma precipitação de 9 milímetros isso não nos preocupa, mas, por exemplo, se o acumulado dos últimos quatro dias é de 80 milímetros e no dia continua chovendo, aí a gente já consegue ver que pode haver risco de deslizamento naquela região", explica o meteorologista Ricardo Rodrigues, subcoordenador de Análise de Clima e Sistema de Alerta da Codesal.
Correio24horas

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