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SALVADOR

Entenda a polêmica em torno da saída da salada do acarajé

Vigilância Sanitária, Prefeitura de Salvador e Associação de Baianas já se pronunciaram sobre o assunto

• 01/12/2015 às 17:29 • Atualizada em 28/08/2022 às 4:26 - há XX semanas

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Nesta terça-feira (1º), a população baiana recebeu uma notícia um tanto quanto polêmica. Diversos veículos de comunicação publicaram que a tradicional salada do acarajé seria eliminada do aperitivo graças a um novo decreto assinado pelo prefeito ACM Neto.No entanto, em entrevista ao iBahia, a presidente da Associação de Baianas do Acarajé (Abam), Rita Santos, afirmou que nada foi conversado com a prefeitura até então. "Nada foi fechado com o prefeito. É uma conversa que estávamos tendo com a Vigilância Sanitária", contou.
"Dentre as coletas que eles fazem nos tabuleiros, o que dá problema é a salada, por ser um produto perecível e a cidade ser quente, então o acarajé se deteriora mais", explicou ela.Já em nota oficial, a Vigilância Sanitária afirmou que "em nenhum momento, determinou a proibição da comercialização de saladas nos tabuleiros das baianas de acarajé". Segundo o documento divulgado, eles não seriam responsáveis pela sugestão da retirada do alimento e, durante uma reunião de capacitação com as baianas de Salvador, teriam apenas mencionado os riscos da falta de higiene na manipulação da salada."Nas capacitações realizadas rotineiramente junto à categoria, são prestadas orientações sobre a implantação e implementação de boas práticas de manipulação de alimentos, o que inclui o preparo das saladas", afirmou a nota.A Prefeitura de Salvador chegou a usar a sua página oficial no Facebook para divulgar um esclarecimento sobre o assunto. "O decreto assinado hoje, que regulamenta o trabalho das baianas de acarajé e de mingau na cidade, não proíbe a comercialização da salada no tabuleiro das baianas", garantiu. A prefeitura usou também uma hashtag para acalmar os ânimos dos internautas mais preocupados. "Pode relaxar aí porque ‪#‎VaiTerSaladaSim‬!", diz a publicação.
Além da Vigilância Sanitária e da Prefeitura terem se isentado da decisão de tirar a salada do tabuleiro, nem todas as baianas representadas pela associação estão de acordo com as mudanças apoiadas por Rita Silva. "Algumas estão a favor e outras contra", explicou a diretora.Para ela, no entanto, a proibição seria uma questão de saúde pública. "A gente sabe que algumas baianas não seguem as regras. Não têm um termômetro para medir a temperatura da salada. Algumas baianas ficam até cortando tomate no tabuleiro", acusou Rita. Ainda segundo a diretora, a saída da salada é uma medida que procura proteger a baiana de acarajé. "É uma questão de prevenção. Vai que alguém come e passa mal, a baiana vai ter que desembolsar [o dinheiro] e pagar uma indenização", defendeu Rita.A posição das baianasA baiana Sheila Souza, que monta um tabuleiro na Terreiro de Jesus, no Pelourinho, há uma semana não tem salada como complemento. "No mês passado, fiz uma capacitação com a Vigilância Sanitária e eles sinalizaram que iriam proibir. Estou já me acostumando. O cliente chega, reclama, mas a gente explica", contou Sheila em entrevista ao jornal Correio.
Montagem divulgada na página 'Escutei Lá na Bahia', no Facebook
Para as baianas, não precisar ter salada reduziria o trabalho, mas elas temem que a proibição resulte em insatisfação por parte da clientela. Alessandra Braga, que é baiana há 8 anos, na praia de Itapuã, afirmou também em entrevista ao Correio que é possível ter alguns cuidados. "Eu mesma não corto de mão, a gente tem máquina para cortar. A salada é colocada em um saco com gelo, refrigerada e colocada em uma caixa térmica. Assim, não tem problema. A salada é um problema? É. Mas depende do preparo", afirmou ela.Como explicado pela baiana Sheila Souza, a ideia da retirada da salada do acarajé surgiu durante um encontro de capacitação, que aconteceu há um mês, com a presença da Abam e da Vigilância Sanitária.Apesar da sugestão, até o momento, nada foi decidido em caráter conclusivo. As partes afirmam que ainda haverá uma reunião com a presença da Prefeitura, Vigilância Sanitária e Abam para que uma decisão final seja tomada.*Supervisão do editor-chefe Rafael Sena

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