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Visita do senador Aécio Neves à Bahia teve agenda de presidenciável

Para uma plateia de caciques da frente antipetista, o tucano mostrou com quais passos marchará contra o PT e partidos aliados nas duas futuras batalhas eleitorais

• 10/12/2011 às 9:41 • Atualizada em 02/09/2022 às 23:38 - há XX semanas

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O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) calçou os sapatos de pré-candidato da oposição em 2014 e iniciou ontem, na capital baiana, as andanças pela estrada que leva à disputa pela Presidência. Para uma plateia composta por caciques da frente antipetista no país, reunidos no Hotel Fiesta, o tucano mostrou com quais passos marchará contra o PT e partidos aliados nas duas futuras batalhas eleitorais. “Não serão fáceis os próximos embates. Por isso, precisamos dar clareza aos nossos projetos”, disse. O mineiro adiantou que a base do plano para retomar o poder, nas mãos dos adversários desde a eleição de 2002, será unificar o discurso da oposição já para a disputa do ano que vem. Sobretudo, em torno da maior crítica de estrategistas tucanos e democratas após a derrota de 2010: a defesa do governo FHC. O pedido de Aécio para que a oposição vá a campo de chuteiras grafadas com os oitos anos em que Fernando Henrique Cardoso ocupou o Planalto está afinado com a entrevista do ex-presidente ao programa Roda Vida, da TV Cultura. Na segunda-feira, o tucano centrou fogo contra o esquecimento a que foi relegado na campanha presidencial montada pelos cardeais do PSDB e DEM no ano passado.
O senador tucano Aécio Neves discursa para uma plateia de lideranças políticas no Hotel Fiesta: defesa do legado de FHC e ataques aos governos do PT
Assim como FHC, o mais cotado nome da aliança encabeçada pelos dois partidos também criticou a omissão do principal líder tucano nos programas eleitorais dos candidatos oposicionistas nas últimas eleições. “Nos acostumamos a ouvir o discurso oficial do PT de que o Brasil foi inventado em 2003 (início da Era Lula)”, afirmou Aécio Neves. A uma plateia que, em parte, aderiu à tática de esconder FHC, o senador mineiro fez questão, e muita, de demonstrar que trará os anos do ex-presidente para o centro da arena eleitoral. “Sejamos fiéis. A grande ruptura do Brasil arcaico para o moderno foi no governo do PSDB. Nós abdicamos desse legado”, destacou. O discurso do presidenciável tucano ecoou entre líderanças da oposição. “É verdade que faltou coragem para sublinhar as conquistas deixadas por FHC. Não é que seja nossa meta agora, mas é preciso mostrar a importância do que foi feito antes para os dias de hoje”, afimou o senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado. “Não podemos mais perder a oportunidade de mostrar o que foi feito no governo anterior”, assinalou o deputado federal Ronaldo Caiado (GO), vice-presidente nacional do Democratas. BandeirasDo púlpito montado no centro de convenções do Hotel Fiesta, Aécio deixou o sorriso da chegada de lado e partiu para o ataque, dando mostras de que, no palanque eleitoral, vai cobrar dos adversários o que, para ele, são conquistas que não pertencem ao atual governo. “O Plano Real, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, os programas sociais de transferência de renda, foram políticas públicas implantadas por nós e que, mesmo com a ferocidade petista contra as medidas, permitiram a eles se manter no poder”, disparou. Revestido de candidato antecipado, o mineiro adiantou também outras pegadas que vai usar nas duas próximas disputa de 2014: as frases de efeito contra os rivais. “O governo do PT é software pirata. Nós somos o original”, disparou. “Vou fazer um favor ao PT e mandá-lo para um novo estágio na oposição”, completou o tucano. EixosApesar dos olhos postos no horizonte eleitoral de 2014, o tucano ressaltou que o caminho até lá passa pela construção de um plano unificado já em 2012 para os candidatos dos partidos antipetistas. “Precisamos dar clareza aos nossos projetos, defendendo quatro ou cinco questões essenciais”, destacou. Entre os pontos elencados pelo senador petista, costurados em acordo com líderes tucanos e democratas, um deles dialoga com o maior problema do governo Dilma Rousseff, afetado pelas sucessivas quedas de ministro por escândalos. “Temos que levantar a bandeira da gestão eficiente, privilegiando profissionalização, colocando gente qualificada nos cargos. Não é isso que ocorre agora. A presidente é vítima de sua própria armadilha, ao privilegiar nomeações em troca de apoio político”, criticou. Os outros tópicos do projeto da oposição para a briga pelo poder têm em comum a flexibilidade para uso tanto nas eleições no municípios, quanto nos planos estadual e federal. Aécio antecipou que melhorias na educação básica, desoneração tributária para empresas de saneamento básico, ampliação dos investimentos em saúde e segurança pública estarão nos programas de governo da oposição. Mesmo com o discurso forte, o mineiro fez jus à tradição dos políticos do estado de manter a cautela antes do passo e negou que tivesse na Bahia como pré-candidato. O que não o impediu de pisar e falar como um deles: “Não temo adversário, não temo o confronto e não temo a história”. Senador quer oposição unida na BahiaNão foi à toa que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) iniciou na Bahia o périplo que fará em estados brasileiros nas próximas semanas - Rio Grande do Norte, onde estará hoje, Goiás e Paraná já estão na rota de visitas. Mesmo velado, o motivo da escolha do tucano tem relação com a costura feita pelos partidos de oposição em busca de uma candidatura própria em salvador, que una DEM, PSDB e PMDB. Em grandes cidades do interior do estado - como Feira de Santana, Itabuna, Vitória da Conquista e Irecê -, as negociações estão em estágio mais avançado do que as conversas em torno da briga pelo Palácio Thomé de Souza. Questionado sobre o resultado prático da reunião que o mineiro teve com as lideranças oposicionistas, o deputado ACM Neto (DEM) destacou o que, para ele, demonstra u maior entendimento na tática de unificar os partidos na capital. “Há uma imagem que demonstra com clareza que subimos degraus nas negociações. É que mostra, numa mesma mesa, os deputados Antonio Imbassahy (PSDB), eu, o ex-senador César Borges (PR) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) em uma mesma mesa. Isso demonstra que a união é pra valer”, disse o democrata. Para Aécio, os três principais pré-candidatos da oposição em Salvador - Neto, Imbassahy e o radialista Mário Kértesz (PMDB) - vão encontrar um meio de aparar arestas na tentativa de vencer o PT, cujo escolhido para a disputa é o deputado federal Nelson Pelegrino. “Vou trabalhar muito pela união e acredito que ela ocorrerá”, afirmou o mineiro. Os líderes da oposição na Bahia evitaram falar se a vinda de Aécio está diretamente vinculada à mesa de negociações. “Ele (o senador tucano) escolheu a Bahia apenas pela importância do estado no Nordeste, que é um estado estratégico”, afirmou Imbassahy. Já o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) garantiu que a estratégia do tucano é ocupar espaço em um momento no qual o noticiário político entra em período de estagnação. Contudo, tucanos e democratas graduados garantem que, nos bastidores, Aécio atua para convencer os caciques oposicionistas de que Neto é um nome que deve ser trabalhado com maior antecedência, devido à posição de favoritismo que vem obtendo nas últimas pesquisas eleitorais. Enquanto isso, o democrata evita o discurso de primeiro colocado. "Posso ser e não ser. Há outros partidos que devem ser considerados. O PMDB, por exemplo, é essencial nesse processo. Não é porque pontuo bem que devo me impor", concluiu Neto. Até governistas prestigiam evento com tucanoPrincipais lideranças na Bahia de partidos que fazem parte da base do governo Dilma, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), agora vice-presidente da Caixa Econômica, e o ex-senador César Borges (PR) fizeram questão de prestigiar o evento para o senador mineiro Aécio Neves, no Hotel Fiesta, e dividiram a mesa com líderes do PSDB e do DEM. Geddel, que estava acompanhado do irmão, o deputado federal Lucio Vieira Lima, não quis falar em alianças futuras. “Estou aqui como amigo querido de Aécio, mas a minha posição política agora e no futuro vai ser definida no acompanhamento ao meu PMDB”, disse o ex-ministro, reafirmando, entretanto, sua posição de oposição na Bahia e a busca de uma aliança com PSDB e DEM para as eleições municipais do ano que vem.
O próprio Aécio Neves, entretanto, fez questão de citar a aliança estadual com o PMDB para demonstrar seu interesse em ter a companhia de partidos aliados ao PT em um futuro palanque. No discurso no Fiesta, o senador tucano saudou os governistas presentes e, ao falar sobre as pessoas com quem contaria nessa caminhada, disse que não citaria nomes “para não constrangê-los”.

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