Os amantes da iguaria mais famosa da Bahia, o acarajé, têm um bom motivo para comemorar. É que baianas da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) vão distribuir gratuitamente cerca de 2 mil mini-acarajés - que podem ser com ou sem pimenta, sem ingredientes adicionais -, neste domingo (30), durante o Festival de Acarajé, na praça da Cruz Caída, no Pelourinho. O evento, que começa às 10h, marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho.
Coordenadora nacional da Abam, Rita Santos, contou que está sendo montada uma força-tarefa para preparar os bolinhos. "Serão 50 quilos de massa que dão aproximadamente 2 mil acarajés. Vamos fritar tudo com mais de 40 litros de azeite. Vamos começar a servir a partir de 10h até a massa acabar", conta Rita que está convocando baianas da associação para participar da ação.
O Festival de Acarajé faz parte da programação especial “Julho das Pretas”, da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), que tem como objetivo celebrar as conquistas das mulheres negras e, principalmente, promover e fortalecer o debate de enfrentamento ao racismo, sexismo e demais desigualdades raciais e sociais.
Durante o evento, será realizada a “Roda de Conversa das Pretas”, com foco no debate sobre empoderamento feminino, sororidade, sexismo, preconceito e racismo, além de um desfile de baianas. Quem prefere comer o acarajé com vatapá, caruru e camarão tem a opção de comprar os ingredientes para a iguaria ficar completa. Os itens serão comercializados na área externa do evento. O festival deve ser encerrado às 15h.
Profissionalização
O evento também promete ser uma oportunidade das baianas comemorarem a concretização de ter a profissão reconhecida pelo Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme a assessoria da Abam, a profissionalização da categoria é uma antiga luta.
Coordenadora nacional da Abam, Rita Santos, falou sobre a inclusão na CBO. “Nós já éramos baianas do acarajé, de fato, e agora de direito, mas sempre fomos profissionais. E isso vem reconhecer também as baianas que já se foram e trabalharam muito para que isso acontecesse. Agora, vamos fazer com que sejamos profissionais baianas do acarajé e não apenas vendedoras sem regulamentação”, celebrou a representante.
Conforme a Abam, a entidade oferece capacitação com cursos profissionalizantes para suas associadas e administra o Memorial das Baianas. "A recente inclusão da profissão “Baiana de Acarajé” no CBO – Código Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho - é uma grande conquista da categoria, que desde 2009 lutava por esse reconhecimento para mais de 3,5 mil baianas de acarajé que agora assumem identidade profissional, podem se cadastrar como microempreendedor individual e passam a ter direitos trabalhistas se tiverem algum acidente ou doenças em decorrência das atividades laborais", completa o documento.
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Redação iBahia
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