O Carnaval 2013 chegou ao fim em Salvador nesta quarta-feira de cinzas e com ela veio o balanço da folia, que este ano atraiu cerca de 1,7 milhão de pessoas nos circuitos oficiais, desde a quinta-feira (07) até a noite desta terça-feira(12). E os problemas enfrentados pelos artistas, foliões e cidadãos não foram poucos. Conseguir transporte neste Carnaval exigiu muita paciência da população. Muitos foliões reclamaram que taxistas cobraram muito caro para fazerem as corridas, circularam muito sem ligar o taxímetro ou até se recusaram a levar os passageiros, a depender do destino. A fiscalização conseguiu apreender 34 táxis por irregularidades neste Carnaval, mais do que o dobro da folia do ano passado, quando 13 táxis foram apreendidos. Veja também: Equipe do iBahia elege os piores e os melhores momentos do Carnaval 2013 O trânsito ficou bem complicado nas áreas próximas ao circuito e a detonação de uma granada na tarde da segunda-feira (11) encontrada por um pedestre no Vale do Canela só fez piorar a situação. Quem precisou pegar ônibus não só enfrentou grandes congestionamentos como veículos lotados. E a alternativa para alguns foliões foi utilizar os mototáxis, que ainda não estão regulamentados. Apesar da proibição e da fiscalização, espetinhos continuaram a ser vendidos nos circuitos do Carnaval. Desde o início da folia até a madrugada de terça-feira (12), 12.736 espetinhos foram apreendidos pelos fiscais da Prefeitura de Salvador.
A sujeira também foi motivo de vergonha. Além do cheiro de xixi em várias pontos do circuito, o lixo se acumulou nas ruas durante Carnaval de Salvador. Para se ter uma ideia, a Empresa de Limpeza Urbana do Município (Limpurb) coletou cerca 1.109 toneladas de lixo desde o início da folia até a madrugada de terça-feira (12).
Problemas também aconteceram em relação ao Afródromo, uma das grandes novidades do Carnaval este ano. Carlinhos Brown, que comandou o desfile da entidade, se viu no meio de uma confusão para colocá-la na Avenida e reclamou do horário de saída do projeto. Além disso, no meio do desfile o trio bateu em uma das estruturas de iluminação de um poste próximo à curva da Sulacap e atrasou em cerca de 30 minutos a passagem do Afródromo. O trio Demolidor, de Ivete Sangalo, também causou transtornos. Na noite de sábado, já no final do circuito, o veículo subiu no canteiro onde ficam as esculturas das três gordinhas, em Ondina. Já o trio do bloco Apaxes do Tororó pegou fogo. O veículo estava estacionado no bairro da Graça e o desfile foi cancelado na segunda (11), devido ao incidente. Na noite do último sábado (9), a falta de respeito encerrou o encontro entre ícones da música baiana. Moraes Moreira prestava homenagem a Gilberto Gil, cantando juntos, quando trio foi obrigado a andar, interrompendo o encontro. A cobrança no tempo disponibilizado para o desfile da banda Psirico foi alvo de críticas do cantor Márcio Victor. "Hoje quem manda na cidade sou eu. Não me apressem", disse. Já Bell Marques reclamou que o desfile dos Filhos de Gandhy atrasou o Camaleão. Esse desentendimento já é comum ao longo dos últimos carnavais. E, na terça-feira, o cantor do Chiclete com Banana teve que pedir ajuda da Polícia Militar ao notar que seu bloco estava sendo esmagado pela pipoca. Violência, acidentes e mortesOs números relativos à violência chamaram atenção na folia deste ano. O índice de lesão corporal aumento 10% em relação a 2012, com 220 registros em 2013, contra 200 no ano passado. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas um homicídio foi computado no Carnaval, o mesmo número do ano passado, mas houve outra morte antecedida de uma lesão corporal na madrugada do domingo (10) no circuito Dodô, que não entra no balanço, pois a vítima morreu no hospital e não nos circuitos da festa. Também houve aumento dos furtos, sendo 829 casos em 2013, contra 719 no ano passado, o que representa crescimento de 15,3%. Já o número de casos de roubo cresceu 1%, com 94 registros este ano, contra 93 em 2012. O Carnaval também foi marcado pela morte de um operário que trabalhava na manutenção do trio elétrico Dragão, utilizado pelo grupo Asa de Águia, no circuito Barra-Ondina na manhã da terça-feira (12). Ele morreu após receber uma descarga elétrica em um fio de alta tensão e cair do trio. Nas rodovias estaduais, o número de acidentes aumentou 13% na folia deste ano, em comparação ao ano passado. Oito pessoas morreram nas estradas baianas de quinta (7) até as 16h desta quarta-feira (13). Outras 48 pessoas sofreram ferimentos leves, e 27 ficaram gravemente feridas. Já nas rodovias federais que cortam a Bahia, houve 148 acidentes com 60 feridos e 18 mortos durante a operação Carnaval, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre sexta (8) e quarta-feira (13). O índice de acidentes é 1,98% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 151.
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