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SALVADOR

Queima de estoque de carro 0km começa nesta quarta em Salvador

Os descontos, para carros 1.0, chegam a 10%, o que deve significar uma redução de cerca de R$ 2 mil

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23/05/2012 às 9:32 • Atualizada em 28/08/2022 às 1:39 - há XX semanas
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A concessionária Retirauto (Chevrolet) não vendeu nada ontem. Mas a gerente Renata Gonzalez estava feliz. “O telefone de manhã não parou. Todo mundo querendo saber sobre a redução do IPI. Mas hoje (ontem) só estamos pegando os contatos dos clientes, para retornar amanhã (hoje), quando sair a nova tabela de preços”, explica Renata. Na maior parte das concessionárias de Salvador, o desconto anunciado anteontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, começa a valer hoje. Os descontos, para carros 1.0, chegam a 10%, o que deve significar uma redução de cerca de R$ 2 mil. Ontem, alguns clientes não ficaram só nas ligações. O músico Marcos de Souza, por exemplo, foi conferir de perto o novo valor do Classic, carro que pretende comprar. Mas voltou pra casa sem a informação. Isso porque, até as 19h, a Chevrolet ainda não havia divulgado a nova tabela. “Se alguém quiser comprar pelo preço antigo, a gente vende, mas ninguém vai querer, né?”, brincou a gerente. Na Fiat, Volkswagem e Ford, a situação é parecida. Ontem as montadoras passaram o dia reajustando a tabela de preços, mas eles só vão valer a partir de hoje. Enquanto isso, cada concessionária se virou como pôde. Na Bremen (Volkswagem) do Retiro, o gerente Josué Lacerda tem sua estratégia. “Quando o desconto estiver valendo, vai ser uma corrida. E vai faltar carro, porque nosso estoque é limitado. Então convenço o cliente a fechar logo o negócio, dar o sinal, e deixar para pagar depois que sair o preço”. Na loja, os amigos Jerônimo Silva e Valdomiro Sampaio examinavam as propostas para trocar seus carros. Encarregado de construção civil, Jerônimo quer trocar seu Fox por outro mais novo. Já o mestre de obras Valdomiro está de olho num Jetta para o lugar de seu Cross Fox. “Vim influenciado pelo IPI, mas já estava querendo trocar de carro”, disse o mestre de obras. “Vamos ver aí qual é a oferta que eles vão fazer”, completou o encarregado. Após muita conversa, os dois decidiram dar mais uma pesquisada. Pela sua experiência, o gerente Lacerda estima um incremento nas vendas de 30%, até 31 de agosto, quando vence a medida provisória. “Da outra vez que baixou o IPI (em 2008), foi mais ou menos isso que aumentou. Desta vez deve ser parecido”, estimou. Um aumento de 30% também é o que prevê o gerente da Indiana (Ford), Leonardo Ferreira. Sem IPI, um Ford Ford KA, que custava ontem R$ 23.600, passa a custar R$ 21.240. “Mas a liberação de crédito é mais importante que o preço. De 60% a 70% de nossas vendas eram feitas num prazo de 60 meses”, lembra ele. IOFFacilidades no crédito também estão no pacote de medidas. Além de pedir aos bancos menos exigências para a liberação de crédito e uma entrada menor para a aquisição de veículos, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi reduzido de 2,5% para 1,5%. “Agora, com 10% de entrada, o cliente vai conseguir a aprovação de crédito. Acreditamos até que volte o financiamento de 100%”, comemora a gerente Renata. Isso é tudo o que seu colega Diogo Cardoso, da Fiori, deseja. “O problema não é o IPI, é a aprovação do crédito. Eles dizem que vão facilitar agora, mas a gente não sabe. Vamos ver”, diz, desconfiado. E, apesar de a nova tabela de preços da Fiat também ser divulgada hoje, ele desdenha da medida do governo. “O desconto que a gente já está dando é muito maior que o IPI”, garante. Na Fiat, os carros mais afetados serão o Uno, Palio e Siena, em suas versões 1.0. Já na Volkswagem, o Gol, o Fox e o Voyage são os que terão as maiores reduções. O mesmo vale para o KA, Fiesta (Ford), Celta e Classic (Chevrolet). Esses terão o IPI zerado. Numa proporção menor, os valores dos veículos de até 2 mil cilindradas (motor 2.0) também serão reduzidos. Isso porque o IPI desses carros diminuirá de 11% para 6,5%. Em nota, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) manteve as previsões de crescimento do setor anunciadas no início de maio, de 3,5% para os emplacamentos de veículos em 2012. Já o especialista em educação financeira, Antonio de Julio, da consultoria Money Fit, aconselha os consumidores a evitar as compras por impulso. “Se não tiver o dinheiro para comprar o carro, tem que sossegar o facho, lembrar que carro não é investimento e gera gastos, e que pode valer a pena comprar o veículo em outro momento”, sugere. Se nota fiscal não foi emitida, redução deve ser repassadaA Proteste Associação de Consumidores divulgou nota alertando o consumidor que comprou carro novo no final de semana a ficar atento para que as reduções de impostos sejam repassadas a ele caso a nota fiscal da compra não tenha sido ainda emitida. “Para não ficar no prejuízo, é importante negociar na concessionária para obter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”, divulgou a instituição. Outra recomendação é visitar ou telefonar para várias concessionárias para saber o valor do carro e, acima de tudo, procurar saber qual é o custo efetivo total (CET) do financiamento que pretende contratar. Segundo a Proteste, pode ser mais vantajoso financiar em bancos do que diretamente nas concessionárias. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é a opção mais procurada para financiar o carro e, para usufruir dela, o consumidor deve primeiro escolher o melhor orçamento em uma concessionária. “Com esse valor em mãos, o ideal é fazer uma pesquisa nos bancos em busca das melhores taxas”, sugere a associação. Nas concessionárias, há duas opções de financiamento: direto com o banco da montadora ou através de bancos parceiros da concessionária.

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