A ideia era chegar no estádio e torcer pelo Tricolor baiano, time do coração. A derrota de 1 a 0 dentro de casa para o arqui-rival Rubro-negro parecia ter dado fim à ida de Wesley Oliveira, 14 anos, a Pituaçu. Após o jogo, quando o garoto ia para o ponto de ônibus, iniciou-se uma briga entre torcidas e ele foi atingido por um tiro na cabeça. De lá pra cá, já passou por diversas cirurgias e ainda está internado no hospital com uma bala alojada na coluna. Para evitar situações como essa, o Ministério Público promoveu, na segunda-feira (7), uma audiência pública com o objetivo de tratar da violência dos estádios.
No encontro, estavam presentes representantes das polícias Civil e Militar, Justiça, Federação Baiana de Futebol (FBF), imprensa, torcidas organizadas e dos clubes Bahia e Vitória. As sugestões apresentadas para resolver o problema foram, principalmente, instalação de câmeras de segurança dentro e no entorno dos estádios, fim da rodada dupla e atenção com os menores. “Vimos adolescentes sozinhos e muitos chegam com drogas”, disse Rosana Paraíso, presidente da Torcida Comando Vermelho e Preto. De acordo com ela, “deve-se criar uma maneira de não permitir a entrada desses jovens desacompanhados dos pais”. Gabriel Oliveira, da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI), foi incisivo. “A violência nas torcidas é discutida, mas muitas vezes esquecem que elas também são violentadas”. Para ele, não podem haver jogos de Bahia e Vitória no mesmo dia horário e, praticamente, no mesmo local. “Queremos o fim da rodada dupla. Elas com certeza só aumentam as chances de conflitos entre os torcedores”, afirmou. Além da violência dentro dos estádios, outra preocupação é o que acontece no entorno. “Muitas torcidas marcam encontros fora. Hoje, as localidades onde temos mais problemas com isso são nas áreas do Paralela Park, Via Regional e Estrada Velha do Aeroporto”, revelou Manoel Machado, representante do Esporte Clube Vitória. Jorge Santana, presidente da Bamor, disse que “as torcidas baianas estão atrasadas em relação às dos outros estados”. “No Sul, eles já discutem essas questões há muito tempo. Nosso papel é tentar controlar o que acontece com os nossos torcedores dentro dos estádios. O que acontece fora é problema da polícia. Tem elementos que nem torcem para o clube e vestem a camisa só pra fazer baderna e procurar confusão”, contou Jorge.
A Rede Bahia, que cobrirá com exclusividade os jogos do Campeonato Brasileiro de 2011 a 2015, também estava presente na audiência através de um representante. “Estamos nos disponibilizando para ceder nossas imagens no que for preciso. Queremos ajudar no combate às causas da violência nos estádios”, defendeu Marcelo Barreto.
"Presidente da torcida Os Imbatíveis pediu o fim da rodada dupla" |
"Para Jorge Santana, presidente da Bamor, torcidas da Bahia estão atrasadas em relação as de outros estádios" |
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade