Surfe ocasiona melhorias para crianças com dificuldade de aprendzado/Foto: Divulgação
Em 2006, o surfista Richard Hanlon organizou um evento para demonstrar o quanto as crianças excepcionais são capazes de ter liberdade nas águas. "Estar na água, e em um ambiente diferente, destrava algumas coisas para as crianças com autismo e outras dificuldades de aprendizagem. Eles relaxam e podem se expressar um pouco mais fácil", afirmou na época ao portal americano Devon Life.
A proposta deu tão certo que, seis anos depois, a prática se tornou comum e auxilia jovens com algum tipo de deficiência. Há dois anos, Archie Pollock, de 13 anos, entrou na escola Discovery Surf School, em Devon, na costa sul da Inglaterra. Ele possui uma forma mais severa de autismo, tem dificuldade para falar e escrever, não consegue permanecer quieto, não pode ser deixado sozinho e passou anos sem comer carne, peixe e verduras.
Segundo a mãe de Archie, Christianne Pollock, após comerçar a praticar surf, ele ficou mais relaxado e tranquilo na presença de outras pessoas. "No ano passado ele surfava durante todo o tempo livre que tinha. Ele estava relaxado e nós estávamos relaxados. Foram as primeiras férias (em família) que nós realmente aproveitamos", comentou à BBC Brasil.
"Ele gosta dos elementos. Ele é muito sensorial e eu imagino que o surfe forneça isto (sensações)", completou Christianne, que acredita que a exposição ao vendo e às ondas ajudaram na melhoria de seu filho.
O pesquisador do Centro Europeu para o Meio Ambiente e Saúde Humana, Matthew White, afirmou que não há provas conclusivas dos benefícios do surfe para os casos das crianças excepcionais. Porém, ponderou que as aulas apresentaram mudanças positivas nas atitudes e no comportamento dos jovens.
"Temos algumas ideias do porquê isto acontece, mas não é uma solução rápida e mágica. Depende do profissionalismo e dedicação dos professores. Como um entusiasta do surfe, porém não muito bom, posso ver onde estão os benefícios, mas não devemos confundir palpites com provas".
Dia 22 de junho foi realizada a primeira competição de surfe para jovens com deficiências/Foto: Divulgação
Avanços
A empresa Wave Project desenvolveu, em 2010, o "Projeto Onda", com verbas do serviço público de saúde britânico (NHS), como objetivo de analisar o efeito do surfe em pessoas com problemas de saúde mental. A partir da ação, foi produzido um relatório com a conclusão de que, por 49 libras (quase R$ 158,00) por pessoa/aula, o surfe "vai fornecer um retorno social positivo para o investimento". O próximo passo será analisar os benefícios em longo prazo.
A Wave Project também organizou a primeira competição surfe do Reino Unido, exclusivamente para pessoas com dificuldades de aprendizagem. O evento, realizado dia 22 de junho de 2012, na Praia de Fistral, em Newquay, contou com mais de 40 competidores. O concurso foi aberto para pessoas a partir de oito anos, para os níveis de iniciantes até os avançados.
Conheça o trailer de divulgação (de 2010):
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