Sediada no Centro de Convenções Salvador, a Bienal do Livro Bahia estreou a edição de 2024 em grande estilo nesta sexta-feira (26). O evento acontece entre os 26 de abril e 1º de maio, com horários que variam a cada dia - entre 10h e 11h.
Na abertura do evento, personalidades como a orientadora financeira e empresária Nath Finanças, as jornalistas Luana Assiz e Camila Oliveira e os escritores Aldri Anunciação, Luciany Aparecida e Itamar Vieira Jr. chamaram as atenções de diversos estudantes e admiradores que visitaram o espaço durante o dia.
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Também estiveram presentes na cerimônia de abertura da Bienal do Livro Bahia 2024, o prefeito Bruno Reis, a diretora da GL Eventos Tatiana Zaccaro e o músico Bule-Bule. É possível também conferir espaços como Arena Jovem e Espaço Kids.
"Qual Bahia?"
Foi esse o principal questionamento da mesa literária dos escritores baianos Itamar Vieira Jr. e Luciany Aparecida. Adma Góis foi a responsável por mediar o bate-papo.
Eles dividiram com o público conceitos e opiniões sobre criação de personagens, reconhecimento de territórios, questionamentos sobre vida particular e social e a constituição sob um olhar autoral sobre o mundo.
Luciany Aparecida ainda refletiu sobre a importância do retorno trazido pelo público por seus respectivos trabalhos. Ela afirma que segue produzindo obras pela força dos leitores.
"Nem sempre é fácil estar nesse lugar, mas as pessoas que leram o meu livro me colocaram neste lugar. São as pessoas que consomem a literatura que fazem com que isso aqui exista. Eu desejo continuar escrevendo por isso. Lancei um último livro 'Mata Doce' e eu quero que ele me sustente viva por muitos anos e eu não estou falando de sustentação financeira e sim existencial. É preciso estabelecer uma relação de desejo com o seu trabalho. Quando as pessoas me falam: 'li seu livro', as pessoas estão me devolvendo vida", refletiu a escritora.
A icônica obra "Torto Arado", vencedora do prêmio Jabuti, de Itamar Vieira Jr. venceu no início do mês o prêmio frânces Montluc Résistance et Liberté 2024. O livro do baiano foi traduzido por Jean-Marie Blas de Roblés e publicado na França.
A premiação entrega anualmente um prêmio para um autor cuja obra seja uma reflexão sobre formas de resistir e ao mesmo tempo ser livre. Itamar Vieira Jr. embolsou 5 mil euros. A obra também vai virar série na HBO Max. A produção será comandada por Heitor Dhalia.
"Eu não tenho notícia sobre isso. Ninguém compartilha comigo as informações e eu também não procuro saber. Eu nunca pensei [do livro virar série], mas eu sei que o audiovisual gera interesse pela leitura. Algumas coisas eu vou estranhar, outras vou sentir familiar. A adaptação é sempre sobre o olhar do outro, algumas das muitas interpretações", refletiu ele.
Ele ainda opinou sobre o cenário da literatura baiana e dele ser uma expoente da nova geração: "A Bahia já tem uma trajetória bastante sólida com grandes artistas. Se a gente pensar no Castro Alves, Jorge Amado, nomes que projetaram o estado para o mundo [..] para mim é muito especial. Isso é tão poderoso. Estimula a criatividade dos novos que estão chegando. Esse lugar precisa ser narrado".
Levante feminino nos espaços do poder
Sob a mediação da comunicadora, pesquisadora e escritora Camila Apresentação, as jornalistas Luana Assiz e Camila Oliveira debateram sobre o "levante feminino" nos tempos modernos em espaços de poder na sociedade. Elas também analisaram sobre o papel de relevância das mulheres nas artes, na escrita e na comunicação como um todo.
As jornalistas também refletiram sobre o jornalismo popular e a democratização das mulheres periféricas. Ao ser questionadas sobre o assunto, Luana destacou a importância dessas vozes.
"Essa possibilidade de todo mundo falar por si, acho que internet tem esse lado positivo de favorecer com que mais pessoas possam interagir entre si e possam buscar conhecimento a partir daquilo ali. Dá diversos caminhos possíveis. Então, para mulheres periféricas, que nem sempre são ouvidas, é importante", destacou.
Camila Oliveira e Luana Assiz também falaram sobre os diversos preconceitos que mulheres enfrentam no dia-a-dia, e a necessidade de estarem sempre se reafirmando, em especial, como mulheres pretas em uma sociedade racista.
"Eu espero que a gente evolua. Que a gente não precise ficar o tempo inteiro se reafirmando, reforçando nossa força, nosso valor, nosso potencial, nosso poder", pediu Camila.
Saiba detalhes da edição 2024 da Bienal do Livro 2024
O tema deste ano traz como foco "As histórias que a Bahia conta e contará". Mais de 170 autores e artistas marcarão presença nos dias do evento. Entre as editoras e marcas baianas presentes, estão Caramurê, Mondrongo, Segundo Selo, Selo Editorial Paralelo 13s, LDM, Crazy Animes, Letra A, Tibi, Mojubá, Edufba, Paulinas, Studio Palma e Cantinho do Sebo.
Vale destacar que os ingressos para o evento custam R$ 30 e podem ser adquiridos no site e também na bilheteria física no local da Bienal.
Nos próximos dias, os interessados na Bienal poderão desfrutar de palestras de nomes importantes no cenário da Literatura como Thalita Rebouças, Maíra Azevedo (Tia Má), Mira Silva, Ricardo Ishmael, Daniela Mercury, Vanderson Nascimento, Vovô do Ilê, Zélia Duncan, Rita Batista, Fabrício Carpinejar e mais. Veja mais fotos da estreia da Bienal do Livro abaixo:
Lucas Sales, Nathália Amorim, Victória Dowling e Aline Gama,
Lucas Sales, Nathália Amorim, Victória Dowling e Aline Gama,
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