As jornalistas da TV Bahia, Camila Oliveira e Luana Assiz, estiveram presentes na Bienal do Livro Bahia 2024, nesta sexta-feira (26), e falaram sobre a presença feminina na TV e em outros espaços, assim como os desafios e preconceitos do meio.
Na mesa "TV Bahia Apresenta: o feminino a partir da escrita e do discurso", as duas falaram sobre os motivos que a fizeram escolher a profissão.
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"Inicialmente foi o hábito e o gosto pela escrita, o primeiro ponto de partida foi esse. E durante a graduação fui percebendo que tinham outros elementos necessários que eu também tinha, como a curiosidade, o gostar de conversar, de descobrir, de contar histórias, então acho que foi esse ponto de partida da escrita", destacou Luana.
Já Camila Oliveira revelou que desde os 6 anos de idade já dizia querer ser jornalista e que nunca mudou de decisão desde então. A influência também veio do tio, que era repórter.
"Eu era sempre aquela criança de conversar muito, de contar histórias, de ter coleção de gibi. Então, por isso as pessoas falavam 'ó camila, você não quieta a matraca, você não para de falar', e hoje elas falam: 'era isso, você ia ser jornalista'. Então assim, eu amo o que eu faço, sou apaixonada por isso. [...] É isso que me encanta no jornalismo, todos os dias coisas diferentes e isso me alimenta", destacou.
Camila e Luana falam sobre jornalismo popular e preconceitos
As jornalistas também refletiram sobre o jornalismo popular e a democratização das mulheres periféricas. Ao ser questionadas sobre o assunto, Luana destacou a importância dessas vozes.
"Essa possibilidade de todo mundo falar por si, acho que internet tem esse lado positivo de favorecer com que mais pessoas possam interagir entre si e possam buscar conhecimento a partir daquilo ali. Dá diversos caminhos possíveis. Então, para mulheres periféricas, que nem sempre são ouvidas, é importante", destacou.
Camila Oliveira e Luana Assiz também falaram sobre os diversos preconceitos que mulheres enfrentam no dia-a-dia, e a necessidade de estarem sempre se reafirmando, em especial, como mulheres pretas em uma sociedade racista.
"Eu espero que a gente evolua. Que a gente não precise ficar o tempo inteiro se reafirmando, reforçando nossa força, nosso valor, nosso potencial, nosso poder", pediu Camila.
Luana Assiz refletiu ainda sobre os desafios de ser uma mulher lésbica.
"A gente vive numa sociedade que trata a mulher como propriedade e que por conta disso, para mulheres que amam e se relacionam com outras mulheres, é um fator que vai desde o planejamento de uma viagem, por exemplo. A gente pensa na segurança, pensa nem como vai ser pra a gente se deslocar sozinhas, como é essa cidade, é muito conservadora? [...] Então, é um contexto violento, porque impede uma existência natural, que a gente tem o hábito de fazer e precisamos fazer muitas contas para não sofrer uma violência. É violento, é agressivo, e não é natural, por mais que a gente faça isso, eu não acho correto", disse.
A mesa "TV Bahia Apresenta: o feminino a partir da escrita e do discurso" teve mediação de Camila Apresentação e abriu o Café Literário da Bienal do Livro Bahia, neste primeiro dia de evento.
Aline Gama e Nathália Amorim
Aline Gama e Nathália Amorim
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