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Arcebispo de Belém é acusado de abuso sexual por ex-seminaristas

Vitimas tinham entre 15 e 18 anos e sofreram abusos morais e sexuais entre os anos de 2010 e 2014

Redação iBahia • 04/01/2021 às 9:25 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:17 - há XX semanas

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O arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, está sendo acusado por quatro ex-seminaristas de abuso sexual e moral contra os jovens durante encontros privados. A denúncia está sendo investigada pela Polícia Civil, pelo Ministério Público do Pará (MP-PA) e pelo Vaticano. A reportagem foi veiculada pelo ‘Fantástico’ na noite deste domingo (3).

As vítimas relataram ao ‘Fantástico’ que os abusos ocorriam na casa de Dom Alberto. De acordo com as denúncias, o arcebispo convidava os seminaristas para visitá-lo e eles, na ocasião, se sentiam privilegiados.

"Ele dizia: 'Quero conversar contigo tal dia, lá em casa', lembra um ex-seminarista. "Parecia algo inalcançável. 'Nossa! Eu fui chamado para ir à casa do arcebispo'. Você se sente importante naquele momento”, contou uma das vítimas.

De acordo com a investigação, a história dos jovens eram muito parecidas: eles tinham entre 15 e 18 anos e sofreram abusos morais e sexuais entre os anos de 2010 e 2014. Parte das acusações já tinham sido publicadas pelo jornal El País em dezembro.

"Era sempre sobre sexualidade", diz um dos jovens sobre os encontros no quarto de Dom Alberto. "O primeiro ponto que ele sempre tocava era sobre a masturbação. Era sobre toque, se eu sentia desejo, por quem que eu sentia desejo".

“Quando ele me tocou, na minha parte íntima, disse que aquilo ali era normal, coisa do homem. Mas, assim, eu não via maldade, porque confiei muito, por ele ser uma autoridade, também não tinha experiência. Mas aquilo foi se tornando já permanente e já mais agressivo. Ele já me recebia na porta e já ia logo pegando”, relatou uma das vítimas ao Fantástico.

Assédio Moral
Uma das vítimas, que conheceu Dom Alberto em 2010, relatou que, além do abuso sexual, ele também foi vítima de assédio moral.

"Quando eu comecei a falar que eu queria sair do seminário por isso, isso e isso, comecei a chorar. Ele mudou o humor repentinamente. Bateu na mesa, me xingou de 'viado', disse que chorar era coisa de 'viado', que eu tinha que ser homem, que eu tinha que ser forte. E isso tudo gritando, assim, de maneira que até chegou a me assustar", contou o jovem ao ‘Fantástico’

Ele dizia ao ex-seminaristas que o arcebispo conversava sobre uma suposta cura para a homossexualidade. As vítimas que relatam ao arcebispo lhe entregou um livro com instruções de um procedimento que ele chamava de tratamento.

"Você lia o livro e dizia assim, que ser homossexual é uma doença, que a gente precisava ser tratado e ajudado", disse uma das vítimas.

Denúncia
As vítimas procuraram a polícia civil e o MP-BA em agosto de 2020. Em nota enviada ao ‘Fantástico’, o MP disse que recebeu as denúncias, encaminhou o caso à polícia e confirmou a instauração de um inquérito para investigar o caso.

O ‘Fantástico’ também teve acesso a informações que indicaram que um bispo do Vaticano esteve em Belém para apurar as acusações. Ele teria conversado com as vítimas, com os padres que acompanharam o caso e com o arcebispo.

Dom Alberto chegou a publicar um vídeo para se defender do que chamou de ‘falsas acusações de imoralidade’.

“Digo a vocês que recebi com tristeza há poucos dias informações da existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido, ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações”, disse Dom Alberto sobre as acusações de abuso

O advogado do arcebispo, Roberto Lauria, disse ao ‘Fantástico’ que ele ainda não foi ouvido pela polícia ou pelo MP, mas ‘está à disposição’.

"Obviamente que a primeira coisa a ser dita é a negativa e o repúdio a essa denúncia", afirmou. "Nós vamos provar ao final desse inquérito que, diferentemente do que se pensa, os denunciantes não são quatro pessoas isoladas. São um grupo de pessoas que têm um profundo recalque, um profundo sentimento de vingança por Dom Alberto."

O advogado do arcebispo, Roberto Lauria, disse ao ‘Fantástico’ que ele ainda não foi ouvido pela polícia ou pelo MP, mas ‘está à disposição’.

"Obviamente que a primeira coisa a ser dita é a negativa e o repúdio a essa denúncia", afirmou. "Nós vamos provar ao final desse inquérito que, diferentemente do que se pensa, os denunciantes não são quatro pessoas isoladas. São um grupo de pessoas que têm um profundo recalque, um profundo sentimento de vingança por Dom Alberto."

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Veja o vídeo da reportagem:

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