A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) rebateu as hipóteses já divulgadas de que ela estaria envolvida na morte do marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza, na casa da família em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, no último dia 16, e de que uma possível traição dele tenha sido a motivação do crime.
"Para os que acham que eu matei meu marido, peço que me deem um motivo para fazer isso. Eu não ganhei nada com a morte dele. Só perdi", afirmou a pastora evangélica em entrevista à revista "Veja".
Embora a pastora tenha dito que não vai acusar alguém sem ter provas, ela admitiu que desconfia da participação de Lucas dos Santos, de 18 anos, um de filhos adotados, no crime.
"Ele (Lucas) não morava com a gente desde o ano passado. Aí aparece nas câmeras da rua com duas mochilas por volta das 3 da manhã. Entra e sai da casa em minutos, de mãos vazias. O Lucas não tinha o hábito de aparecer sem avisar", relatou a deputada, acrescentando que o filho acusado de matar o pai já tinha "problemas" com ele.
Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) prenderam Lucas no dia 17. Contra ele, que foi apontado como um dos executores, havia um mandado de apreensão por tráfico de drogas de quando ele ainda era menor de idade. Segundo Flordelis, o rapaz não visitava a família frequentemente.
'TINHAM PROBLEMAS'
A polícia já localizou as mochilas que ele carregava, mas a deputada não revelou o que havia dentro delas porque o processo está correndo em segredo de Justiça.
"Eles (Lucas e Anderson) tinham problemas por causa dos erros do Lucas. Aos 14 anos, meu filho roubou uns relógios que o irmão colecionava, pôs para vender e nós descobrimos. Como a situação era grave, meu marido bateu nele como corretivo. Hoje está no tráfico", disse ela à revista.
Após a publicação, Flordelis negou, por meio de nota, que desconfie da participação de Lucas na morte de Anderson.
PRISÃO DO FILHO FLÁVIO
No mesmo dia da prisão de Lucas, Flávio Rodrigues de Souza, de 38 anos, filho biológico de Flordelis, foi preso sob a suspeita de ser um dos mandantes do crime. No entanto, a pastora não sabe dizer se acredita ou não no envolvimento de Flávio na ação. Ela desconhece uma motivação que possa ter levado o filho a cometer o crime e também "não faz ideia" de quem a possa estar incriminando.
"A história não bate. Ele foi um dos primeiros a chegar ao meu quarto depois dos tiros. Saiu atrás da polícia, mas não encontrou a patrulhinha. Já preso, me deixaram falar com ele rapidamente no telefone. Chorava, chorava, e só disse: 'Quero que as pessoas te deixem em paz, mãe'", contou Flordelis.
A pastora descartou também que o crime tenha relação com patrimônio da família.
"Essa história de que o Anderson cuidava do nosso patrimônio com mãos de ferro não faz nenhum sentido. Aliás, ele administrava o dinheiro com a ajuda de três filhos", contou.
DESAPARECIMENTO DE CELULARES
Flordelis disse estranhar o fato de seu celular e o do Anderson terem desaparecido. Ela afirmou ainda que o aparelho de Flávio também não foi encontrado, assim como alguns relógios e uma pulseira de ouro do Anderson e um pouco de dinheiro.
Ao ser questionada sobre a ideia levantada de uma possível traição, a pastora contou não acreditar nesta hipótese.
"É verdade que a pessoa traída é sempre a última a saber, mas a gente vivia grudado, no Rio, em Brasília. Ele me assessorava o tempo todo. Não consigo acreditar nisso", disse.
Outra hipótese que chegou "extraoficialmente" aos ouvidos da deputada foi de que o marido teria abusado sexualmente de duas filhas. Mas Flordelis frisou que as filhas negaram "com muita firmeza" terem sido molestadas.
"Pensei por um instante: 'Será que fui casada com um homem que não conhecia?'. Mas, mesmo se ele fosse um monstro, mereceria a prisão, e nunca a morte. Depois, conversei com minhas filhas, que negaram com muita firmeza terem sido abusadas", ressaltou.
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Redação iBahia
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