O Papa Francisco, junto ao Consistório Ordinário Público, definiu nesta quinta-feira a data para a canonização dos sacerdotes brasileiros André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, além de Mateus Moreira e seus 27 companheiros leigos. A cerimônia será realizada no próximo dia 15 de outubro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Conhecidos como os mártires de Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte, eles foram vítimas de dois assassinatos em massa cometidos em 1645, durante as invasões holandesas. O primeiro massacre aconteceu no dia 16 de julho daquele ano, durante uma missa dominical numa capela no Engenho de Cunhaú, no atual município de Canguaretama. Segundo relatos históricos, após o padre André de Soveral dar início à cerimônia, Jacob Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, trancou as portas da igreja e, com uma tropa de índios Tapuias e soldados, ordenou a matança de todos os fiéis.
O segundo massacre aconteceu três meses depois, no dia 3 de outubro, em Uruaçu, hoje parte do município de São Gonçalo do Amarante. Com as notícias sobre o ocorrido em Cunhaú, alguns católicos buscaram refúgio numa fortificação construída no pequeno povoado de Potengi, mas foram atacados pelas tropas de Rabbi. Eles resistiram, mas acabaram se rendendo e foram massacrados às margens do rio Uruaçu. Entre os mortos estavam o padre Ambrósio Francisco Ferro e o camponês Mateus Moreira.
De acordo com os relatos históricos, os invasores holandeses ofereceram aos fiéis católicos a opção de conversão ao calvinismo, mas eles escolheram o martírio. Foram dezenas de mortos nos dois episódios, mas apenas 30 tiveram o processo de beatificação aberto em maio de 1988. No dia 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o então Papa João Paulo II beatificou os 28 leigos e dois sacerdotes.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!