A Fundação Getúlio Vargas, organizadora do concurso do Senado, decidiu anular as provas da tarde deste domingo (11) para os cargos de analista legislativo nas áreas de informática legislativa-análise de sistemas e saúde e assistência social-enfermagem.
Uma nova prova para os candidatos a esses cargos foi marcada para o próximo dia 29 de abril. Segundo o edital do concurso, há oito vagas para os cargos de analista legislativo na área de informática e análise de sistemas e seis para o cargo de analista legislativo em saúde e assistência social-enfermagem.
As provas para os demais cargos do concurso do Senado, realizadas neste domingo, pela manhã e à tarde, continuam válidas, segundo a assessoria da fundação. No total, 157.939 candidatos se inscreveram para o concurso do Senado, dos quais 63.194 para as diferentes funções do cargo de analista legislativo.
O motivo da anulação foram "inconsistências técnicas (insuficiência de cadernos de provas em algumas salas)", segundo nota divulgada pela FGV. Veja abaixo a íntegra da nota.
"COMUNICADO
Em 11/03/2012
A Fundação Getulio Vargas - FGV informa que foram detectadas inconsistências técnicas (insuficiência de cadernos de provas em algumas salas) verificadas no início da aplicação de provas do concurso público do Senado Federal (Edital 02/2011), apenas para os dois cargos do período vespertino, a saber:
- Analista Legislativo - Informática Legislativa - Análise de Sistemas;
- Analista Legislativo – Saúde e Assistência Social – Enfermagem.
Em função disso, a FGV e a Comissão do Concurso decidiram pela anulação das provas apenas para estes cargos em todos os locais de aplicação. As provas para estes cargos serão reaplicadas no dia 29 de abril de 2012, conforme comunicação que será enviada individualmente aos candidatos inscritos, via Correios.
Fundação Getulio Vargas – FGV"
Boletim de ocorrência
O anúncio da anulação de parte das provas ocorreu depois que um grupo de cerca de 25 candidatos registrou na tarde deste domingo (11) um boletim de ocorrência na 21ª Delegacia de Polícia de Brasília reclamando de irregularidades na aplicação das provas.
De acordo com os relatos dos candidatos, os cadernos de provas para o cargo de analista de suporte e analista de sistemas foram trocados em quatro salas da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), um dos locais de prova em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília.
A reportagem teve acesso à ata de provas na qual ficou registrado o pedido dos fiscais para que os candidatos deixassem a sala sem concluir o exame. Esse documento é usado pela organização do concurso para registrar ocorrências durante a aplicação das provas e foi assinado pela coordenadora de provas do local e por uma representante dos candidatos.
“Acho que conseguimos cancelar a prova porque os fiscais da própria FGV pediram para nos retirarmos da sala. Se tivéssemos deixado a sala por conta própria, essa decisão não teria saído tão rápido. Estamos tristes com a situação, mas ao mesmo tempo felizes por já termos uma solução”, afirmou Nívea Costa Araújo, candidata a uma vaga no Senado.
O delegado de plantão, que recebeu a queixa, Rodrigo Sanches Duarte afirmou que a organização do concurso e os candidatos serão ouvidos . “Vamos apurar para ver se houve algum crime. É preciso intimar as partes e analisar. Se houve o erro, essas pessoas teriam direito à indenização pelo menos do valor da inscrição”, disse.
Os candidatos que denunciaram o problema disseram ter recebido a prova errada às 15h30 e afirmaram que foram dispensados da prova pela coordenação do concurso por volta das 16h10. Pelo edital, os candidatos só poderiam sair a partir das 17h.
De acordo com relatos dos candidatos, o suposto erro foi constatado porque, segundo eles, assunto da redação não condizia com o programa de estudo previsto no edital.
“Mesmo assim a coordenadora de prova mandou a gente continuar a prova sem um caderno de respostas. Quando percebemos o tamanho do problema, falamos que não tinha como serem feitas as provas e decidimos parar imediatamente”, afirmou Mário Higino, gerente de segurança da Informação, que disputa uma vaga de analista de suporte no concurso.
“Já estava havia três anos estudando para esse concurso. Foi uma dedicação praticamente exclusiva na reta final. Até tirei férias para me dedicar aos estudos. É uma decepção muito grande o que aconteceu. Não tem explicação. Queremos uma solução da FGV”, lamentou Sandro Pereira, servidor do Ministério Público da União, que concorre a uma vaga de analista de suporte no Senado. As informações são do G1.
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