O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato “foi preso [na Itália] para extradição”, informou o oficial de ligação da polícia da Itália no Brasil, Roberto Donati. Sobre o tempo de duração desse procedimento, depende da Justiça italiana, acrescentou. O delegado da Polícia Federal (PF), Luiz Cravo Dórea, coordenador de Cooperação Internacional, detalhou os passos da investigação para chegar a Pizzolato, único foragido dos condenados na Ação Penal 470, processo do mensalão. Preso nesta quarta-feira (5), em Maranello, na Itália, por policiais brasileiros e italianos, o ex-diretor do BB está sendo ouvido pelas autoridades daquele país na cidade de Modena, enquanto “nosso adido na Itália só acompanha”, de acordo com o diretor executivo da PF, delegado Rogério Galloro. De acordo com a PF, a fuga ocorreu dois meses antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter emitido o mandado de prisão, no dia 15 de novembro do ano passado. A partir da decisão do STF, a PF emitiu comunicado para a Polícia Internacional (Interpol) e todos os adidos da Polícia Federal no exterior. As investigações chegaram a um registro com o nome do irmão do ex-diretor, Celso Pizzolato, morto em 1978, na cidade de Concórdia (SC). O nome constava na lista de passageiros de um voo de Buenos Aires (Argentina) para Barcelona (Espanha), do dia 12 de setembro. A partir daí, a Polícia Federal descobriu que o passaporte usado por Pizzolato para sair do Brasil era falso, assim como o passaporte italiano, o CPF e o título de eleitor. Segundo os investigadores, Pizzolato deixou o Brasil no dia 11 de setembro, por Dionísio Cerqueira (SC), na fronteira com a Argentina, e viajou 1.314 quilômetros de carro direto para o Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, onde sua esposa já havia comprado a passagem para Barcelona. Pizzolato chegou a Itália no dia 14 de setembro, em um Fiat Punto, vermelho, com placa de Málaga, alugado pela esposa, Andrea Haas. Os investigadores identificaram que o sobrinho de Pizzolato trabalha na escuderia Ferrari, de Fórmula Um, em Maranello, e passaram a acompanhar o movimento nas proximidades da casa há dois dias. Hoje, ao deixar a casa do sobrinho, acompanhado pela mulher, Pizzolato foi detido sob acusação de portar passaporte falso, em nome do irmão morto, embora a foto fosse verdadeira. Na Itália, o caso é considerado falsidade ideológica. No Brasil, o ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, com pena em regime fechado e multa de R$ 1,3 milhão.
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