Uma das principais atrações do Festival da Cidade, Maria Bethânia - que se apresenta neste sábado no Farol da Barra, concedeu uma entrevista ao jornal Correio e falou sobre música, carreira, Santo Amaro e, claro, Salvador.
Durante o bate papo, a artista revelou que adora a música feita por Pablo e mostrou como transita bem entre o popular e o sofisticado. "Gravei Zezé di Camargo, Bruno e Marrone e adoro essa música do Pablo. O quê?! Adoooro! (ri). Nós somos assim, o recôncavo baiano é isso: tem um lado nobre, dos ancestrais. Do outro lado, tem os rios mortos e degradados, então a gente vive esse paradoxo, essa confusão, mas com muita energia. E eu canto e leio tudo o que eu gosto", contou. Questionada como tem sido ir a Santo Amaro após a morte de Dona Canô, Bethânia disse que encara com dificuldade, mas que mantém suas obrigações com alegria. "Temos uma certa dificuldade em frequentar Santo Amaro após a morte dela. Mas a cidade para nós ainda tem alegria sim. Tem, tem! E, se Deus quiser, não vamos deixar isso morrer. Esse era o grande desejo dela e de meu pai. É a nossa terra e continua tendo a mesma dimensão afetiva e amorosa de sempre. Levei uns dois anos sem ir lá, depois que ela morreu. Só tive pernas para ir este ano, mas vim, fiz show e acompanhei Nossa Senhora, carreguei e fiz minhas obrigações com muita alegria". E quando o assunto foi Salvador, a artista - que viveu apenas três anos e meio na capital - contou que a cidade foi importante em sua formação. "Foi um período fundamental para mim, porque eu convivia de perto com todos esses artistas e eu tinha apenas 13 ou 14 anos. Olha que delícia! Eu não saía do teatro, via todas as peças e estudava os autores. Eu corria pra ver, ficava louca, ia a todas as exposições. E Caetano tinha que me levar pra tudo. Eu só podia sair com ele, porque só assim meus pais deixavam. Eu tinha uns 14 anos e ele, mais ou menos, 18. Já era um homenzinho e podia se responsabilizar pela irmã (ri)". Ainda em entrevista ao Correio, Bethânia falou sobre os longos fios brancos, marca registrada da artista. "Acho bonitos os cabelos brancos e minha mãe também não pintava. O tempo tem uma autoridade sobre nós, pobre mortais. É uma realidade e ele tem uma autoridade, é nobre. Gosto de ver como ele lida comigo. E eu tenho que lidar com ele numa ótima para que ele me queira, para que me preserve", pontuou. Maria Bethânia se apresenta por volta das 20h no Farol da Barra, em comemoração ao aniversário da cidade. A Artista convidou Margareth Menezes e Mariene de Castro para a apresentação.
Foto: Marina Silva / Correio |
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