A apresentadora Angélica deu uma entrevista reveladora à 'Marie Claire'. Sem papas na língua, a loira não fugiu de temas tabus como a suposta traição do marido, Luciano Huck, feminismo e o acidente envolvendo o filho Benício.
Sobre o aborto, Angélica explicou seu ponto de vista. "É complicado implantar uma lei tão polêmica no Brasil por causa da falta de educação. As pessoas não têm acesso à comida. É difícil exigir que entendam isso porque esbarra em religião e coisas profundas. Não posso dizer que sou a favor porque vou afrontar muita gente. Agora tem que criar uma lei específica para casos como estupro. A saúde também precisa ajudar. Aborto clandestino é o que mais acontece e mata gente", disse.
Ela ainda completou: "temos que começar fazendo valer a lei, de que se a mulher foi estuprada, tem direito ao aborto. Mas acho que podia ampliar um pouco, sim. Deveríamos ter políticas de saúde melhores para que isso não precisasse acontecer. Se ela decidiu isso, não foi porque quis engravidar. Religiosamente é muito complicado, do ponto de vista energético está errado. E a mulher tem que ter o direito de escolher. Eu acho [risos]".
Questionada se concorda com a legalização da maconha, a global foi direta: "não. Esse é outro tema que precisa de debate. Se tiver um projeto de lei provando que vai melhorar a criminalidade, falarei 'é verdade, pode funcionar'. Em muitos países funciona, inclusive. Mas no Brasil, como está, outras coisas têm que acontecer antes".
Sobre o feminismo, a apresentador afirmou se considerar engajada na causa. "Todas deveríamos ser (feministas). Mas tem que botar o sentido correto da palavra. O feminismo que acredito luta pelos direitos iguais, não é contra os homens. A culpa não é só deles. Nós mulheres criamos filhos machistas. A reeducação leva tempo. Às vezes tem que ser um pouco radical para que isso aconteça", explicou.
Ela também revelou que sofreu assédio quando era mais nova: "Teve uma história uma vez quando tinha 18 anos. Era Natal, estava em Nova York com meus pais e um conhecido apareceu no hotel com uma cara de louco, dizendo que queria conversar. Neguei. Entrei numa limusine, ele veio atrás. Tentou me agarrar à força. Empurrei, bati nele e saí do carro. Demorei a perceber o que aconteceu. Foi uma situação bem escrota, deu pra sentir como deve ser difícil quando você não tem força para reagir".
No bate-papo, Angélica ainda comentou sobre o acidente que o filho do meio, Benício, sofreu recentemente, o que a deixou abalada emocionalmente. "Ele estava fazendo wakeboard quando bateu a cabeça. Voltou para o barco, e desci para ver o que tinha acontecido. Ele mesmo tinha buscado gelo, superconsciente. Quando passei a mão na cabeça dele, afundou. Não tinha sangue, mas entendi que era grave. Aí, cara, foi um desespero. Estávamos no meio do mar, escurecendo, sem sinal de telefone, que funcionou para uma única ligação, a do médico. Voltamos para o Rio. Fui até a entrada do centro cirúrgico com o Benício, sem saber como ele voltaria. Quando fecharam a porta, eu gritava que nem um bicho. Os médicos começaram a falar alto para ele não me escutar. A sensação é de cortar a própria carne. Fiquei de joelhos rezando o tempo todo. Foi um milagre enorme: em dois dias ele saiu do CTI, em quatro estava em casa. Não teve convulsão, apesar da perda encefálica na parte pré-motora. Está ótimo, não teve sequelas", relembrou.
Por fim, ela falou sobre os rumores que surgiram na última eleição, que o marido, Luciano, teria um filho fora do casamento: "usam tudo na política. Na gravidez da Eva, fiquei de repouso e ele continuou a vida: viajava, ia a festas, eventos de trabalho. Disseram que estávamos nos separando, depois inventaram que ele tinha um filho com uma pessoa que ele nem conhecia. Soube disso depois, as pessoas me pouparam. Estamos preparados para fake news. Somos cúmplices e parceiros. Essas coisas não nos abalam, mesmo".
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Redação iBahia
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