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Fila gigantesca se forma em frente ao Elevador Lacerda por foliões que se preparavam para o carnaval da Praça Castro Alves |
Todos os caminhos levavam à Praça Castro Alves nesta terça de Carnaval. Quem escolheu o Comércio como atalho para conseguir chegar em um dos berços do Carnaval de Salvador, se deparou com uma fila gigantesca, formada por turistas e baianos. O sol a pino completou o cenário. De lado, o Mercado Modelo, do outro, o Elevador Lacerda. A educadora social Jucimara Silva, 28,de Candeias, era uma das pessoas que enfrentavam a fila, porém com muita empolgação. "Tudo vale à pena no Carnaval! No início senti medo de vir por causa da greve da polícia, mas to vendo que está tudo bem", conta a educadora, que veio sozinha de Candeias, para conferir os trios de Ivete e Chiclete com Banana.
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Família curte o Carnaval da Praça Castro Alves |
Já o vigilante Alexandre Santos, 37, ao encontrar a grande fila que se formava em frente ao Elevador Lacerda, ficou um pouco desanimado. "Hoje é o primeiro dia que vim curtir o Carnaval e já pego essa benção!" O vigilante trouxe toda a família, e o mais animado era seu Caique, de 5 anos.Apesar da grande quantidade de pessoas, em pouco tempo se chegava na entrada do Elevador. Um grupo de policiais ajudavam a organizar o grande fluxo de foliões que escolheram a Praça Castro Alves e o Pelourinho para curtir a folia nesta terça. Como o maitre Ednei Lima, 28, que trouxe sua filha Carine, de cinco anos, e esposa. "Eu acho interessante o Carnaval na Praça Castro Alves, caso tenha segurança. Por enquanto estou encontrando policiamento", disse.O clima na Praça Castro Alves não se iguala a dos outros circuitos. De alguma forma, a nostalgia dos antigos carnavais surge mesmo para os mais novos. Os prédios antigos, as ladeiras, as ruas estreitas, e o mais importante: a estátua majestosa do poeta Castro Alves reinando do alto, formando um lindo cenário para a folia.Porém a beleza do carnaval na praça não agradou a alguns foliões.
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Para Iraci Félix, a Praça Castro Alves está morta |
Entre os saudosos estavam a aposentada Iraci Félix, 59, que viveios tempos áureos dos encontros de trios na Praça Castro Alves. "Já brinquei muito na Castro Alves, minha filha! Essa praça já recebeu momentos memoráveis, hoje ela está morta", relembra Iraci, foliã desde os 17 anos. Mesmo com o encontro de trios do EVA sem cordas e Moraes Moreira, previsto para acontecer por volta das 19h, as queixas persistem.A comerciante Josenira Bispo, 56, não está nem um pouco feliz neste Carnaval. Segundo a vendedora, a localização do palco, montado na praça, de frente para o Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha, e as atrações programadas para se apresentarem no local, não estão favorecendo a permanência de público nas barracas, montadas no fundo do palco. "Esse palco ai, não sei não: só tem Ivete Sem Galo e Chiclete Sem Banana!". Para tentar amenizar o prejuízo, a comerciante montou caixas de som improvisadas ao lado da sua barraca, para atrair o público, entre um show e outro "Quando passa não entra ninguém, só ligando o som pra vender alguma coisa. Foi o pior carnaval que ja teve aqui!", reclama Josenira.